Portadores de enxaqueca sofrem duas vezes mais de tontura numa montanha-russa virtual, e de forma mais intensa e prolongada. Uma série de regiões do cérebro são ativadas de forma mais robusta entre aqueles que sofrem de enxaqueca, incluindo córtex occipital, cerebelo e núcleos da ponte no tronco cerebral. Um aumento de atividade nessa última área pode estar relacionado a uma transmissão anormal de estímulos sensoriais visuais e auditivos. O estudo foi publicado recentemente pela revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
A relação entre tontura e enxaqueca vai muito além de provocações ao sistema do labirinto provocadas por uns minutos na montanha-russa. Estima-se que 50% das pessoas têm crises de vertigem durante as crises de dor ou mesmo fora delas. A enxaqueca é considerada a principal causa de vertigem episódica em adultos e crianças, e a essa condição clínica dá-se o nome de migrânea vestibular. O quadro de vertigem, geralmente, dura por horas a menos de três dias, e a raiz do problema, a princípio, se encontra em núcleos que modulam diversos estímulos sensoriais. Esses mesmos núcleos também estão envolvidos na resposta de ansiedade e, por isso, não é raro uma mesma pessoa apresentar enxaqueca, ansiedade e crises de vertigem.
*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília
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