Um único fio se entrelaça com duas agulhas, criando cada ponto. A estilista Elsa Schiaparelli introduziu a técnica milenar na alta-costura no fim dos anos 1920. Na época, o tricô foi feito de forma artesanal e usado para criar uma peça com ar esportivo que, hoje, é icônica na moda. O trabalho foi seguido por Coco Chanel pouco tempo depois. De lá para cá, o tricô passou a ser produzido nas indústrias, e há quem diga que perdeu em termos de qualidade nos anos 1980.
Não é mais o “tricô da vovó”. Agora, ele aparece em vários formatos, com looks do clássico ao street. A técnica foi um dos pontos altos na 51ª edição do São Paulo Fashion Week, ao lado de materiais que também remetem ao feito à mão, como o crochê.
A consultora de imagem Stela Moncaio, head de desenvolvimento da Neuf, aponta para a variedade de opções com o tricô. A tendência da roupa de ficar em casa (o “homewear”), que preencheu a história no último ano, coloca o tricô em tudo. O oversized ganha espaço com coletes, suéteres e cardigans. “Em modelos mais alongados, o tricô dá a impressão de uma silhueta mais longilínea”, explica Stela.
Embora quentinho, ele não está restrito ao inverno. Na contramão das opções mais longas e fechadas, aparece em vestimentas mais frescas, a exemplo de tops, vestidos e no comprimento cropped, tanto em blusas quanto em calças. Tradicional, curto ou alongado, a consultora garante que o tricô casa bem com calça jeans, couro, alfaiataria e, dependendo da peça, até vestido ou chemise para uma sobreposição com contraste.
Para a personal stylist Karol Stahr, do canal Estilo sem regras, as opções justas ao corpo, em tramas com elastano, são mais casuais e esportivas. Uma maneira de deixá-las mais sofisticadas é combinar com pantalona e calçado mais alto.
As estampas não ficam de fora! As padronagens clássicas, como a pied de poule e a animal print, e as que têm uma pegada engraçada, como corações e listras coloridas, estão super em alta.
Manutenção essencial
As especialistas recomendam lavar o tricô à mão. É importante evitar o contato com outros tecidos que tenham aplicações, bordados, tachas ou spikes. Na hora de usar, cuidado com objetos que possam prender. Acessórios como anéis ou bolsas de palha costumam causar atrito.
Depois, na secagem, o ideal é não pendurar a peça. Ela seca melhor deitada. “A elasticidade do fio aumenta de tamanho se o tricô estiver pendurado, pelo próprio peso da peça. Com o tempo, pode deformá-lo”, explica Stela. No armário, o tricô vai dobrado deitado. A especialista também sugere guardá-lo em um saquinho para separá-lo de outras roupas que possam puxar os fios. Apesar das recomendações gerais, alguns cuidados dependerão das indicações na etiqueta, como de praxe.
Outro ponto importante é prestar atenção à composição do tricô, que pode ser um indicativo do quão agradável ele será na pele. As coceiras que muitas pessoas sentem com a gola alta, por exemplo, ocorrem devido à textura do pelo natural, usado para alguns tricôs. Por isso, se misturado com algodão, ele fica mais macio ao toque.
Sobreposição
Conjunto + padronagem
Gola alta
Versão Chunky
Monocromático e tom sobre tom
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.