Os pets podem ter comportamentos considerados engraçados ou estranhos para os humanos, como morder o próprio rabo. Além de terem um focinho geladinho ou quentinho quando toca na gente. Mas que é essas atitudes e sensações significam?
Segundo a veterinária Beatrice Barbosa, o fato de morder o rabo, pode ser indício de doenças mentais e físicas. “O importante é observar se há lesões na região, o que pode indicar uma enfermidade de pele — desde um sinal de picada até uma complicação sistêmica de leishmaniose ou atopia.” Também pode ocorrer automutilação em animais ansiosos, entediados e em situações de estresse.
A orientação da veterinária é revisar a rotina do animal, ver se ele fica muito só e se houve mudança no ambiente. “Algumas saídas são promover mais passeios, deixar brinquedos para entreter e aumentar o tempo de interação entre tutor e animal, além de proporcionar convivência com outros animais.”
Há casos em que correr atrás rabo pode ser comportamental, uma demonstração de alegria ou para chamar a atenção do dono. É o caso de Roma, a spetz alemão da advogada Alessandra Falasca, 47 anos. “Quando ela está feliz, corre atrás do rabo e fica pulando”, conta. A veterinária alerta, porém, que se esse comportamento ocorrer muitas vezes, constantemente e em sequência, é importante levar ao veterinário.
Olfato
Os focinhos gelados e úmidos são os mais comuns nos animais de estimação, porém, o fato de apresentar um focinho quente e seco não significa, necessariamente, febre nem doença. “Preste atenção nas características de cada animal. O período de seca na nossa cidade pode castigar os mais sensíveis e deixá-los com a região das narinas ressecadas”, alerta Beatrice Barbosa, que também é acupunturista.
Ela explica que a presença de secreção nasal associada a outros sinais pode, sim, indicar que algo não está bem, principalmente relacionada à parte respiratória. “Os animais também têm uma espécie de gripe. Nos bichos de pelagem clara, em especial os gatos, a alteração de cor dos focinhos pode ser indício de doenças cancerígenas. No mercado, há produtos específicos para proteger as regiões glabras (pelos pequenos) dos raios solares.”
Temperaturas
Os cães têm uma maneira diferente de fazer a troca de calor, uma delas é por meio da respiração, o que pode fazer com que a temperatura do focinho mude. “Normalmente, ele é úmido e frio, para facilitar a olfação. Alterações na sua estrutura podem estar relacionadas a temperatura externa, clima, e a fatores anatômicos. No caso de cães braquicefálicos — de focinho curto —, pode ser sugestivo de febre, quando associado a outros sinais clínicos”, explica veterinário Camila Mesquita Garcia.
Em relação à cor do focinho, os sinais podem variar de acordo com a raça e pelagem. “Um focinho ressecado ou com a coloração diferente do padrão individual do peludo pode ser um alerta para algum problema indesejado”, diz Camila.
Segundo as orientações dela, evite o contato com temperaturas quentes e exercícios intensos no calor. Umedeça o focinho daqueles que os têm naturalmente ressecados, como os buldogues. “Pode-se utilizar balms naturais de óleos essenciais e aplicação de óleo de coco nos focinhos curtos.” Caso haja outros sintomas, leve o pet ao veterinário.
A gerente de vendas Patricia Scarabotto, 49 anos, percebeu a variação de temperatura no focinho da cadelinha Jackie Tequila, uma golden retriever. “Às vezes, ele está bem úmido e gelado. Quando está em casa, fica sequinho, mas quando está farejando e brincando muda a temperatura.” Patricia conta que sempre pensou sobre o assunto, se o comportamento significava algo, porém nunca investigou.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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