Você sabia que existem pets com Alzheimer? Assim como os humanos, os cães e os gatos podem ter mudanças no cérebro ao envelhecerem, como a perda de memória e de compreensão. Segundo a veterinária Lorena Bastos, a disfunção cognitiva (também conhecida, como demência senil ou Alzheimer) costuma ocorrer com animais idosos, sendo mais comum em bichos com mais de 12 anos. “Ainda não há uma causa conhecida, e assim, não se pode confirmar um modo de preveni-la completamente”, informa ela.
Segundo a médica veterinária Camilla Beccon sabe-se que se sabe é que a doença pode estar atrelada com a depleção de um neurotransmissor chamado dopamina. “Por não ter uma causa diagnosticada, a prevenção acaba sendo mais difícil, ou seja, não se tem cura e é progressiva.”
Quando o bichinho envelhece há uma perda progressiva de algumas funções. Caso não esteja correlacionado com alguma doença física no animal, esse período é considerado de senescência, que é o processo natural do envelhecimento. É o que diz Camilla Beccon, graduada em veterinária com residência em clínica médica de animais pela Universidade de Brasília (UnB). “A disfunção cognitiva é uma doença vinculada a idade e também requer os cuidados com os animais semelhantes aos humanos.” De acordo com ela, os sintomas mais comuns são trocar o dia pela noite, andar compulsivo e agitado, alteração na interação com os humanos da casa.
Há outros sinais que podem ser confundidos com outras enfermidades, como a alteração de apetite. “Por exemplo, o aumento da ingestão de água, começar urinar e defecar em lugares inapropriados. Além disso, existem outros fatores que podem ocasionar essas alterações fisiológicas e precisam ser investigados antes de um diagnóstico”, explica a veterinária.
Amor eterno
Susi era uma cadelinha com a doença do Alzheimer canino, ela faleceu no ano passado e era uma companheira há 18 anos da biomédica Milessa Badolato, 25 anos. O poodle era muito amado e bem cuidado. “Ela era praticamente um bebê, dávamos comida e água na mão, dormia em um berço (para não cair), tomava várias medicações e fazia acompanhamento com o neurologista. Por dois anos, tinha nossa atenção por 24h”, conta. “A Susinha usava fralda e ela rodava em círculos. Também perdeu os movimentos da parte de trás e tivemos que comprar cadeiras de rodas. Ela não era tão ativa por causa da Alzheimer.”
Estímulos
De acordo com a veterinária Lorena Bastos, sabe-se que os animais mentalmente e fisicamente ativos (aprendendo truques, brincando, fazendo atividades esportivas, correr e etc.) podem ter menos probabilidades de desenvolver o problema.
“O veterinário deverá ser consultado para avaliar o grau e qualidade de vida do animal. Também ele vai direcionar o tutor com tratamentos e cuidados a se ter em casa”, orienta a médica veterinária Lorena Bastos, que trabalha na Clínica Veterinária Salud Pet.
É necessário ajudá-lo. “Evite mudanças na rotina diária, frestas e cantos em que o animal possa se enfiar e não conseguir sair; ter paciência com a mudança de comportamento; avaliar a necessidade de colocar fraldas e ter cuidado com objetos e pontas de móveis que o paciente possa se ferir.”
Sinais de demência em cães
* Vocalização/latidos sem motivo e em locais e horários incomuns
* Perda de interesse nos tutores e outros animais
* Andar constante e sem objetivo aparente
* Entrar em frestas e não saber como voltar
* Confusão geral
* Insônia
* Falta de interesse em petiscos, brincadeiras, etc.
* Esquecimento geral
* Mudança de temperamento
Fontes: Pet Love (empresa de produtos de pets) e a veterinária Lorena Bastos.
Ajudando seu cão com demência
* Desenvolva uma rotina diária para alimentação, exercícios e outras atividades. Cumpra.
* Evite reorganizar sua mobília ou mover as coisas do seu cão.
* Também mantenha a desordem longe das passagens e de todas as áreas onde seu cão passa o tempo.
* Ensine ao seu cão alguns truques divertidos.
* Frequentemente, gaste tempo de qualidade juntos, fortalecendo o vínculo entre vocês.
* Acima de tudo, ofereça muito amor e carinho.
Fonte: Lolipet (Pet Shop e também tem uma loja on-line de cuidados e produtos de animais).
Ajudando o bichano!
* Facilite o acesso à caixa sanitária
* Escove com frequência
* Limpá-los, se necessário (lenços umedecidos, papel toalha úmido)
* Evite mudanças radicais no ambiente (móveis, novos animais)
* Os cuidados com a prevenção de doenças, alimentação e exercícios são a explicação para esta modificação
* Muito amor e paciência
* Como agir e como postergar ao máximo os sintomas de senilidade
* Gatos tendem a miar bem alto e com mais frequência ou até colidirem contra móveis e paredes
* Bichanos podem parar de usar a caixa de areia e também demonstrar não saber exatamente onde estão
Fonte: veterinária Rita Ericson, do Bicho Saudável
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira