Beleza

Usada por famosos e influencers, a harmonização facial faz sucesso nas redes

Saiba mais sobre o procedimento estético que conquistou os famosos e as redes sociais

Bruna Yamaguti*
postado em 21/03/2021 10:00 / atualizado em 21/03/2021 13:09
 (crédito: Bruna Yamaguti/CB/D.A Press)
(crédito: Bruna Yamaguti/CB/D.A Press)

Você provavelmente deve ter ouvido falar em harmonização facial, o procedimento estético que se tornou um dos queridinhos entre famosos e influencers. Nomes como o DJ Alok, a cantora Gretchen e a ex-BBB Bianca Andrade, ou Boca Rosa, exibiram seus resultados nas redes sociais após realizarem a técnica e realçarem os traços do rosto. Por que isso se popularizou tanto e quais são os prós e os contras? A Revista conversou com especialistas para explicar tudo sobre a técnica que tem dado o que falar na web.

Segundo o médico dermatologista André Moreira Lemes, a harmonização facial é um termo que se refere ao uso de procedimentos, especialmente o ácido hialurônico (um gel injetado nas camadas da pele), para fazer ‘adequações’ no rosto do paciente. O profissional pontua que existem algumas questões delicadas em relação a esses ajustes, uma vez que pode ser colocada em pauta a seguinte pergunta: estamos harmonizando ou padronizando os rostos das pessoas?

“A gente precisa ter muito cuidado quando fala em harmonização facial, porque, muitas vezes, o que se considera padrão como belo não cabe no rosto daquele indivíduo. Então, antes de tudo, é preciso fazer a avaliação de cada um”, explica o profissional, que reforça a importância de acertar a expectativa com a realidade: “Modificações muito drásticas de formato de rosto e de nariz podem alterar uma estrutura que já está pronta para aquela pessoa. Por isso, precisamos avaliar se a demanda que o paciente traz está alinhada com o real”.

O médico relata que, às vezes, pacientes chegam a seu consultório com fotos de famosos, desejando ficarem iguais ou parecidos com suas referências, esquecendo-se de que a beleza é individual e não deve ser comparada com a de outras pessoas. “A gente pode melhorar, mas mudar não é o melhor caminho”, completa o médico.

Quando surgiu

“No início dos anos 2000, começaram a aparecer algumas pesquisas sobre toxina botulínica aplicada à odontologia, principalmente em casos de bruxismo, sorriso gengival, paralisias e distonias. Logo após, foram surgindo mais cursos e houve, então, uma grande repercussão para a área médica. No ano de 2014, esse tumulto foi diminuindo e surgiram resoluções que permitiram o uso, tanto do ácido hialurônico quanto da toxina botulínica, nos limites da odontologia. Neste momento, havia poucos cursos remanescentes, eu mesma fui uma das pioneiras”, conta a cirurgiã-dentista Vanessa Rios.

No Brasil, os procedimentos de harmonização facial podem ser realizados por dermatologistas, cirurgiões plásticos, biomédicos e dentistas, porém é importante que o profissional se capacite na área especializada para poder atuar. Algumas das técnicas utilizadas para realizar a harmonização facial são: laser, toxina botulínica, bioestimulador de colágeno, ultrassom microfocado, radiofrequência, fios de PDO (um novo método de suspensão dos tecidos da face e do corpo) e, a mais comum, injeção de ácido hialurônico.

“O objetivo é melhorar ângulos e promover rejuvenescimento que, em geral, trazem harmonia à face. A harmonização facial pode englobar diferentes procedimentos estéticos referentes aos dentes, lábios e gengiva. Pode estar relacionada também às funções dos músculos da face, assim como às expressões faciais, textura da pele, flacidez, gordura submentoniana, melhora no ângulo nasolabial. Na odontologia, a nossa área anatômica de atuação é superiormente ao osso hióide, até o limite do ponto násio (ossos próprios do nariz) e anteriormente ao tragus, abrangendo estruturas anexas e afins”, completa a profissional.

Riscos e complicações

Segundo André Moreira Lemes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB) e da Skin of Color Society, todo e qualquer procedimento estético está sujeito a riscos. “A questão é você escolher um profissional habilitado não apenas em fazer o procedimento, mas também em tratar as possíveis complicações. O que diferenciará um profissional apto é, justamente, esse acompanhamento em casos de problemas fora do consultório”, relata.

André Moreira alerta ainda para a importância de estar com a saúde em dia: “Procedimentos estéticos não são urgentes, por isso eles devem ser eletivos, ou seja, o ambiente precisa estar favorável e o paciente precisa estar com saúde para a realização. Tudo deve ser conversado com a pessoa, para que ela esteja ciente de todos os riscos e efeitos colaterais”. Ele explica que uma complicação muito temida é a cegueira secundária causada pelo uso do ácido hialurônico. De acordo com o médico, existem áreas de muito risco na face, como a têmpora, na qual já foram descritos casos de cegueira com a aplicação do componente nessa região.

Há situações em que o excesso de procedimentos ocasionou em insatisfação do paciente com a própria imagem. Um bom exemplo é o do cantor Lucas Lucco, que se arrependeu de sua harmonização facial por acreditar que havia perdido completamente os seus traços originais. “No meu caso, eu achei desde o primeiro momento que ultrapassou o limite do que eu imaginava. Confiei no profissional, para a quantidade (de ácido hialurônico) que ia ser colocada, mas comecei a retirar o ácido do rosto um mês depois”, contou o artista em vídeos publicados nos stories do Instagram.

Em alguns quadros, o procedimento de harmonização facial é reversível, como no caso do ácido hialurônico, que pode ser diluído com a aplicação de uma substância chamada hialuronidase. Já em outros, quando o procedimento é malfeito, podem ocorrer até mesmo necrose do tecido e a já mencionada cegueira secundária, consequências irreversíveis. Por isso, é de extrema importância pesquisar e escolher com cautela o profissional que realizará a técnica.

Prevenção e autoestima

Fernanda Monteiro se sente satisfeita com o resultado sutil que alavancou sua autoestima
Fernanda Monteiro se sente satisfeita com o resultado sutil que alavancou sua autoestima (foto: Arquivo Pessoal)

A nutricionista Fernanda Monteiro, prestes a completar 42 anos, conta que optou por fazer a harmonização facial quando viu que o envelhecimento da pele estava afetando a sua autoestima. “Comecei a perceber uma flacidez na minha musculatura da face. Sou uma pessoa muito desligada com essas coisas, mas isso começou a me chamar atenção. Também tenho um melasma muito evidente nas maçãs do rosto e isso me incomodava muito”, desabafa.

“Decidi buscar esse tratamento como uma precaução, para evitar ter que passar por um procedimento cirúrgico no futuro, algo mais invasivo. Com apenas dois meses de harmonização, percebi uma melhora absurda na viçosidade da pele. Meu melasma melhorou uns 70%”, destaca Fernanda que, antes, passava maquiagem até para ficar em casa. Hoje, ela explica que se sente mais segura consigo mesma e que percebeu uma grande melhora na autoestima.

“É vaidade, mas, ao mesmo tempo, pensei mais em uma prevenção para que eu, daqui a 10 anos, com 52, tenha mais qualidade de vida, conforto e autoestima”, completa a nutricionista, que pretende manter o tratamento ao longo dos anos, enquanto achar necessário.

*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira

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