Neurônios em dia

Você será mais feliz se for autêntico nas redes sociais

Um estudo recém-publicado pelo periódico Nature Communications aponta que se mostrar nas redes sociais de uma forma que se aproxima da realidade traz mais satisfação com a vida do que quando se apresenta uma versão idealizada

Mesmo diante das restrições sociais que passamos durante a pandemia, não é incomum encontrarmos perfis nas redes sociais que beiram à perfeição. Mas se olharmos mais de perto, boa parte não corresponde ao mundo real de quem vende essa impressão.

Um estudo recém-publicado pelo periódico Nature Communications aponta que se mostrar nas redes sociais de uma forma que se aproxima da realidade traz mais satisfação com a vida do que quando se apresenta uma versão idealizada, não verdadeira.

Mais de 10 mil voluntários que faziam parte do aplicativo Facebook responderam a um questionário a respeito de suas características de personalidade, que foi analisado em conjunto com suas publicações. Compara-se assim a forma como as pessoas se enxergam com a maneira como elas se mostram na rede social. Se Maria, por exemplo, julga-se uma introvertida e suas postagens têm um conteúdo direcionado a literatura e computadores, seu escore de autenticidade é alto. Mas se a mesma Maria tem posts voltados a festas, viagens com amigos, seu escore é baixo.

O protótipo de postagens mais admiradas nas redes sociais é a de uma personalidade extrovertida, social, mas os resultados da pesquisa mostraram que escores de autenticidade altos estiveram mais associados à satisfação com a vida, independentemente da personalidade ser introvertida ou extrovertida.

Mas o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? Autenticidade leva a uma maior satisfação com a vida ou pessoas mais satisfeitas têm uma tendência em serem mais autênticas? Os pesquisadores conduziram um experimento com uma parte dessa população em que os voluntários eram instruídos a publicarem posts por uma semana que eram condizentes com suas personalidades, enquanto outro grupo deveria publicar aquilo que acreditava ser popular e bem visto aos olhos dos outros. Após essa semana, aqueles que publicaram conteúdos autênticos estavam com melhores indicadores psíquicos do que aqueles que tentaram ser populares.

Então, se você usa regularmente as redes sociais, seja você mesmo.
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*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília