Nascida no Rio de Janeiro, mas criada em Pernambuco, a confeiteira Ana Lúcia Prates, 48 anos, adotou Brasília aos 21 anos. Aqui, construiu a vida, sofreu golpes do destino e reinventou-se várias vezes. E ressalta, sempre, como outras mulheres que a ajudaram a superar cada dificuldade.
Formada em desenho industrial pela Universidade de Brasília (UnB), Ana Lúcia não foi sempre a confeiteira de mão cheia que é hoje. Cresceu em meio às delícias que a mãe fazia em casa, mas, a princípio, não seguiu o rumo profissionalmente. Trabalhava como design gráfico, editoração de texto, papelaria e design de festa (infantil, principalmente).
Mas, mãe de um casal, há cinco anos, perdeu a filha de 4 anos. A mais nova. Precisava viver o luto dela. Entrou em grupos de outras mulheres que passaram pela mesma dor. Compartilharam lágrimas e ela entendeu que precisava da “cura pelo R”, como ela chama: reconstruir, reencontrar, resignar. “Eu necessitava todo o amor que eu perdi”, conta.
Não conseguia mais trabalhar com festas de crianças. Mas, fez cursos e mais cursos, especializou-se, e continua nas celebrações das famílias por meio dos bolos e doces que passou a fazer. “Uma amiga de Recife me incentivou. Eu me encantei, comecei a testar. Começou como uma terapia. Eu tinha aquele amor no coração e eu transferi todo para os bolos. As pessoas elogiam e eu digo que o ingrediente é esse: amor”, conta.
Ana Lúcia criou a Angel Cake BSB, em referência à filha que virou um anjo. Os bolos dela têm mesmo o gosto de cuidado, carinho, afeto. De receita de mãe, de avó. Entre os mais pedidos, estão o red velvet e o naked cake. “Eles saem muito porque, além de gostosos, ficam muito bonitos na mesa, são muito plásticos”, afirma.
Recentemente, resgatou a criação pernambucana, incluindo no cardápio o típico bolo de rolo. Viajou, em outubro do ano passado, para Recife, onde fez um curso da iguaria. O da confeiteira é feito com o doce de goiaba caseiro, feito pela mãe dela. Não se limitou. Além tradicional, faz de doce de leite e inovou: de chocolate com doce de cupuaçu (feito pela mãe também). Complicados de fazer, saem toda quarta-feira.
Mães de anjos
Com as mães de anjos, Ana Lúcia reinventou -se em várias esferas e fez coisas que não imaginava. No final de 2019, uma amiga do grupo a convidou para conhecer a Banda Batalá, composta só por mulheres. “Ela achou uma forma de se resignar na música e me chamou”, conta. Criada no Nordeste, Ana Lúcia sempre gostou de tudo que tinha tambor. “Ele tem o som do coração”, afirma.
Fez um curso pequeno da Batalá e começou a tocar o surdo. Tocou no carnaval e a última vez que se encontraram pessoalmente foi na marcha das mulheres de 2020, logo antes da pandemia colocar todo mundo dentro de casa. “Tocamos juntas on-line, mas não é a mesma coisa”, torce ela, para voltarem.
Um novo trabalho, rituais e experiências, ajudam Ana Lúcia a superar a perda da filha. Há 2 anos, ela e outras mães criaram o Bosque dos Anjos, no Parque Olhos D’Água. Plantaram ipês em homenagem aos filhos que morreram. “Eu plantei um ipê com as cinzas da minha filha e ele brotou”, conta emocionada.
Receita da Angel Cake BSB: brigadeiro de limão
Ingredientes
1 caixa de leite condensado
1 caixa de creme de leite
2 colher de sopa de leite ninho
Raspas de 1/2 limão
1 colher de chá de óleo essencial alimentício natural de limão Taiti, da GranChef
Modo de fazer:
Mexa todos os ingredientes, exceto o óleo essencial, em fogo médio até começar a ferver e soltar da panela.
A mistura deve cair da espátula em ponto de fio.
Desligar o fogo e acrescentar o óleo essencial alimentício natural de imão Taiti, da GranChef.
Misturar e deixar esfriar.
Essa receita cobre certinho um bolo caseirinho gourmet de limão ou outro sabor à sua escolha.
Serviço
Angel Cake BSB
Encomendas pelo WhatsApp: 9 8175-4966
Instagram: @angelcakebsb
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