O frizz e a porosidade podem aparecer em qualquer tipo de cabelo. Não importa o comprimento, a cor ou a curvatura, as madeixas vão ter em algum momento. Porém, quando tratado de forma negligente, sem os cuidados essenciais básicos, como hidratação, alimentação saudável e proteção, podem causar danos à saúde dos fios.
Valine Alencar, tricologista funcional e membro da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), conta que o frizz acontece quando os fios estão arrepiados e desalinhados. Isso pode ser causado pelo excesso de química, de ar-condicionado, de sol e de suor. “Essas práticas diminuem a barreira protetora das cutículas do fio, e o cabelo tende a ficar mais arrepiado”, explica.
Ihav, cabeleireiro no espaço Ondas e Cachos, acrescenta alguns outros fatores que também são grandes causadores de frizz: poluição e umidade, uso de cosméticos inadequados para o tipo de cabelo e maus hábitos. “Não há particularidades que definem quais tipos de fios são mais propícios a terem frizz, pois a causa sempre será relacionada aos cuidados”, conta o cabeleireiro.
Mas, nem todo cabelo arrepiado significa frizz. É muito comum que os fios quebrem, por conta de um processo químico ou até mesmo durante o ato de desembaraçar. Na verdade, podem ser fios quebradiços e não frizz. “Às vezes, as pessoas confundem cabelos novos que ainda estão crescendo com frizz, e, na verdade, é só cabelo novo”, ressalta a tricologista.
Qual a diferença?
De acordo com Mikaiane Batista Alexandrino, especialista em técnicas avançadas para cabelos cacheados pela Kah-Noa, porosidade é quando a cutícula do fio se encontra aberta. “A cutícula faz parte da fibra capilar e é responsável por absorver água e nutrientes. Uma vez que essa cutícula está aberta, ela não consegue manter a água e os nutrientes no fio”, esclarece a especialista.
Assim como o frizz, a porosidade pode acontecer por diversos fatores, dos mais simples aos mais complexos. A cutícula do fio pode estar ressecada, o excesso de químicas e fontes de calor, em geral, são as principais causas para o surgimento da porosidade capilar. “Quanto mais maltratado, maior o nível de porosidade nos fios. Um cabelo ressecado pode ter um pouco de porosidade, mas um cabelo com excesso de química tem altos níveis de porosidade”, explica Mikaiane.
A porosidade causa ressecamento, fios elásticos, quebradiços e muitas pontas duplas. Com o frizz, já é um pouco diferente. Geralmente, os fios arrepiados precisam de reposição de gorduras e água (nutrição e hidratação).
Como cuidar dos fios porosos?
De acordo com Mikaiane, para tratar a porosidade é necessário redobrar a atenção na rotina de cuidados. Os tratamentos são feitos à base de queratina. Essa substância repõe a massa capilar e sela as cutículas dos fios. Tudo é feito de acordo com o nível de porosidade em que o cabelo se encontra. “O ideal é apostar em cronogramas capilares que garantem saúde completa aos fios. Invista em produtos mais naturais, amanteigados, que têm uma composição com mais qualidade”, orienta a profissional.
O diagnóstico de porosidade capilar deve ser feito por um profissional para que não se confunda com outros tipos de danos capilares. Não existe uma única forma de tratar a porosidade capilar. Logo após a avaliação, será trabalhada uma rotina de cuidados e tratamentos personalizados de acordo com cada tipo de cabelo.
Cuidados com o frizz
Ihav recomenda usar produtos voltados à reconstrução e creme de pentear que tenha uma boa aceitação na sua estrutura capilar. “É importante que tenha sempre uma composição rica em água, que trabalhe definição e controle de frizz”, recomenda o cabeleireiro.
Os cabelos ondulados, cacheados e crespos podem sofrer com uma frequência maior de frizz no dia a dia, por conta da estrutura do fio ser espiralada. Mas, o cuidado não deve se manter somente a esses tipos de fios, o indicado é manter um cronograma de tratamentos e, se possível, realizar um tratamento de nutrição em um salão especializado. “A utilização de óleos vegetais também ajuda a reter a água no fio e evitar o frizz”, completa Ihav.
De acordo com Vanila, os cabelos lisos não devem ser finalizados com óleos vegetais. O ideal é usar um finalizador à base de silicone e máscaras mais hidratantes. “Faça hidratação semanal com máscara a base de pantenol e aloe vera. Use, também, um pouco de óleo vegetal a cada 15 dias nos fios”, aconselha a tricologista.
Segundo os especialistas, não existem particularidades que definem quais tipos de fios são mais propícios a terem frizz. A causa para o surgimento desses fios arrepiados está relacionada com os cuidados com os fios. Qualquer tipo de cabelo pode sofrer com o excesso de produtos inadequados, uso de chapinhas, secadores e ficarem ressecados.
“Atualmente, surge a necessidade por naturalizar o frizz, porque pode surgir devido a fatores externos e climáticos, mas mesmo que um cabelo esteja com um aspecto saudável e o clima esteja muito úmido, o frizz pode vir a aparecer”, finaliza Ihav.
O couro cabeludo influencia a saúde de todo o fio
Segundo a tricologista Valine Alencar, o couro cabeludo influencia totalmente na saúde do fio. Se o couro cabeludo e o folículo dos cabelos estão saudáveis, consequentemente, as madeixas vão ficar mais fortes. O cabelo vai crescer mais e a queda vai diminuir. “Tenha cuidado com o xampu que você usa, a água quente, seu ritmo de vida, ar-condicionado e sol. Esses fatores externos podem prejudicar a raiz e o comprimento dos seus fios”, alerta a especialista.
Além dos fatores externos, o seu organismo também influencia de forma direta a saúde desses fios. De acordo com a tricologista, o frizz e a porosidade podem ser causados por conta da alteração do pH sanguíneo. “A ingestão de muito açúcar ou muito carboidrato deixa o sangue mais ácido e altera a oxigenação. Isso mexe diretamente nos cabelos, porque ele é um marcador de saúde”, explica Vanile.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
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