O brasiliense Arthus Benazio e a mineira Lorena Debs viviam entre a capital do Brasil e Uberlândia. O casal se conheceu por meio da internet, por conta de um interesse em comum: cerveja. Ambos participavam de um grupo de rede social sobre o assunto — ele produzia, ela era crítica. Por fim, ele se mudou para a cidade dela. Largou o trabalho na área da previdência e, com paixão por cozinhar, pretendia abrir uma hamburgueria, mas percebeu um mercado saturado.
Foi ela quem deu a ideia de estudarem sobre charcutaria. E foram fundo no assunto: cura, maturação, defumação, salga e processos que dão um sabor único à carne. Abriram, então, a Taberna Charcutaria, restaurante que ficou bem reconhecido em Uberlândia e onde 90% dos produtos eram feitos na casa. Alguns demoravam até seis meses para ficarem prontos, como a pancetta arrotolata.
Além da Taberna o dois eram donos de duas lojas — mercearias que vendiam produtos artesanais de pequenos produtores, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Mas o ir e vir constante entre as cidades era cansativo. E o trabalho na taberna, até tarde da noite, também. Decidiram, então, fechá-la e ficar na capital.
Chegaram a Brasília para ficar em dezembro de 2019 e, logo, veio a pandemia, no início do ano seguinte. O público das mercearias no aeroporto era aquele que viajava a trabalho. Passava por cidades, mas sem tempo de comprar nada e encontrava os presentes no aeroporto. Foram pessoas que, com a chegada do novo coronavírus, trocaram as viagens por videoconferências. Diante da crise, o casal decidiu fechar as lojas.
Aos defumados
A pandemia, o fechamento do negócio e a necessidade de ficar em casa, um apartamento de cerca de 50m², fizeram com que Arthus e Lorena precisassem se reinventar. Abriram a BSB Defumados. Alugaram uma casa com espaço e quintal e começaram a produzir carnes defumadas com lenha frutífera para consumir em casa. “Foi uma solução boa para o psicológico e também para o financeiro”, conta Arthus, aliviado.
Na Taberna, entregavam os pratos prontos. Agora, a finalização é feita pelo cliente, bem orientado pelo casal. Três freezeres guardam a carne crua, a maturando e a pronta. E o defumador, que comporta até 80kg de carne, não tem descanso. Eles têm produzido cerca de 100kg de defumados por semana: bacon, pancetta, pulled pork, brisket, porchetta, pastrami, costelinha, copa lombo, kit para feijoada, salmão e até camarão e vieiras — novidade desde o Natal. Tudo vai embalado a vácuo.
Arthus e Lorena são exigentes. Não só com o que é feito pelos outros, mas também por eles mesmos. É isso que faz com que os produtos que vendem tenham qualidade e sabor.
Contam que comeram um bife Wellington — filé-mignon com presunto de parma e cogumelo enrolado em uma massa folhada —, mas não ficaram satisfeitos com o sabor. Decidiram fazer em casa. Foram várias tentativas, até realmente apreciarem o resultado. “Tem que assar a massa, mas deixar o filé malpassado”, explica Lorena a complexidade do prato.
Além dos produtos fixos no cardápio, o casal traz novidades pontuais ao longo das semanas, como ossobuco, joelho de porco, carré. Outra opção interessante são os kits para brunch, montados uma vez por mês, cada vez com um tema diferente: mimosa, barbecue, piquenique. Com cerca de 20 itens, eles servem quatro pessoas e têm quantidade limitada.
Receita simples: Sanduíche de pulled pork
Pão ciabatta
Molho de mostarda feito com creme de leite, mostarda dijon e mostarda em grãos (ambos a gosto)
Pulled pork da BSB Defumados
Serviço
Cardápio disponível no Instagram @bsbdefumados
Telefone e WhtasApp: 983434026
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