Livrar-se de pragas e insetos pode ser complicado, pois, venenos e pesticidas devem ser manipulados com cuidados. Imagina, então, exterminá-los com pets em casa? “A dedetização é muito importante para manter a saúde dos animais em dia, já que elimina muitos parasitas, que ficam no ambiente e podem atacá-los”, afirma a veterinária Camilla Fagundes Beccon.
Um dos perigos, porém, é que o animal lamba o chão com veneno ou pegue insetos mortos e seja contaminado. “Por isso, é de extrema importância não deixá-los no ambiente em que o produto esteja sendo aplicado. Após o tempo especificado para a pulverização, devemos deixar os bichos afastados por um período seguro”, orienta Camilla, graduada pela Universidade de Brasília (UnB).
O especialista em comportamento animal Cleber Santos explica que o bicho deve ser retirado por 24 horas — ou mais. Ou seja, é essencial que o cão ou gato não esteja na residência na hora da dedetização. “Deixe-o num hotel para bichos ou com amigos e parentes”, aconselha.
E é necessário tomar algumas medidas preventivas para protegê-lo. “Antes de o pet voltar ao local, o melhor é remover os insetos mortos e lavar o ambiente com água e sabão”, ensina Camilla.
A assistente administrativa Gabriela Mota, 27 anos, conta que costuma pesquisar e tem produtos de preferência. “Esses remédios de dedetização costumam ser tóxicos para os animais. Algumas pessoas usam o mesmo remédio que lavam a casa para dar banho no cachorro, entretanto, em menor quantidade, com o objetivo de acabar com carrapatos e pulgas”, relata.
A jovem explica que não faz isso, pois, sempre teve medo que a labradora Hope, 2 anos, intoxique-se. Ela observa que, quando dedetiza áreas isoladas, não precisa tirar a cadela de casa, só evita o acesso dela ao local em que foi colocado o veneno por, pelo menos, o tempo em que houver cheiro forte. “Mas teve ocasiões em que foi preciso mantê-la fora de casa. Então, pagamos a estadia de Hope em um canil. Eles buscam em casa e trazem de volta no dia e hora marcados”, conta.
Perigos e emergência
Segundo a veterinária, há uma lenda sobre a intoxicação de que, quando o animal está envenenado, deve-se dar leite. Porém, essa prática é inapropriada e pode causar uma piora no quadro. “Os sinais clínicos mais comuns nesses casos são salivação excessiva, tremores, convulsões, vômitos, diarreia, lesões avermelhadas na pele ou sangramento”, expõe Camilla Fagundes.
O ideal é levá-lo ao veterinário imediatamente, pois, para determinados agentes específicos, há antídoto. “Já alguns tipos de intoxicação devemos tratar com medicações de suporte. Sempre é bom ter o nome do produto que foi utilizado e o máximo de informações sobre ele”, orienta.
Cleber Santos enfatiza que é muito importante saber os tipos de venenos que serão usados na casa ou no apartamento. “Caso seja por uma dedetizadora, é necessário saber se é natural ou não”, informa.
Em caso de reações estranhas, a primeira providência é correr para o veterinário. “Não tente fazer nenhum tipo de procedimento ou dar receitas caseiras, porque são venenos muito fortes e podem levá-lo a óbito.”
Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte