Quando a escola em que Isabela Vitorino, 22 anos, estudava fez uma enquete para saber que profissão os estudantes pretendiam seguir, ela foi a única, de todos os terceiros anos do ensino médio, a responder chef de cozinha. “Sempre que havia feiras de profissões voltadas para quem está ingressando na faculdade, nunca havia gastronomia”, relembra.
Mas a garota já sabia muito bem que profissão seguiria. A paixão pelas panelas começou muito cedo, ainda na infância. Aos 7 anos, arriscava alguns preparos, especialmente de doces. “Eu comia na rua e corria para reproduzir e mostrar que conseguia fazer. Ficava toda orgulhosa quando as pessoas elogiavam”, diverte-se. E os experimentos na cozinha de casa logo se tornaram uma rende extra para a então adolescente. Aos 15 anos, Isabela vendia bolo no pote para os colegas do colégio.
Quando concluiu o ensino médio, adiou por um tempo os planos de ingressar na faculdade de gastronomia. Mas manteve-se na área. Abriu uma página no Instragram e começou a preparar doces sob encomenda. Paralelamente, matriculou-se em um curso de confeitaria profissional no Instituto Gastronômico das Américas (IGA). Foram dois anos, nos quais aprendeu técnicas da confeitaria clássica, especialmente italiana e francesa, logo aplicadas no negócio on-line.
Investindo na marca
Os bolos no pote amadores deram lugar a confecções mais elaboradas: bolos confeitados, doces finos e tradicionais, sobremesas na taça. Aniversários infantis passaram a ser o carro-chefe das vendas de Isabela, sobretudo os feitos com buttercream (creme de manteiga, em livre tradução) e chantili. “Eles ficam mais molhadinhos e saborosos do que feitos com pasta americana”, justifica.
Com planos de expandir os negócios e se aperfeiçoar cada vez mais na arte culinária, quando concluiu o curso de confeitaria, Isabela, finalmente, ingressou na faculdade de gastronomia, na Unieuro. Prestes a se formar, pretende, agora, tornar-se uma chef completa e abrir um espaço para comercializar seus doces sem deixar o artesanal de lado.
Se, para muitos, a pandemia trouxe prejuízos, para a jovem, as vendas, por já serem em formato delivery, cresceram durante a crise sanitária. Sem poder fazer festas de aniversário, muita gente passou a encomendar os kits especialmente desenvolvidos por Isabela para celebrar a data. As sobremesas na taça também foram bastante procuradas por quem queria presentear alguém querido. “O legal é que a taça, em acrílico, faz parte do presente.”
A confeiteira conta que recebe encomendas com três dias de antecedência, mas, algumas vezes, há doces para pronta entrega. Em datas festivas, investe em cardápios especiais. Para este Natal, por exemplo, além do chocotone em vários sabores, do red velvet e dos bolos confeitados com tema natalino, o cheesecake de frutas vermelhas, cuja receita ela compartilha com os leitores da coluna, é uma boa pedida.
Hoje, Isabela tem uma certeza: apesar de ter escolhido a profissão ainda tão jovem, não se arrepende nem por um minuto. “Farei isso pelo resto da vida.”