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O poder do humor

Comediante Leandro Hassum comanda retrospectiva humorística 2000 e vishhh na TNT

“Eu acho justamente que o brasileiro tem esse poder de rir de si mesmo e dos momentos mais difíceis. Acho que a gente tem esse domínio.” A partir dessa concepção é que o ator, apresentador e comediante Leandro Hassum chegou ao conceito da retrospectiva humorística que estreia amanhã, a partir das 23h30, na TNT. Intitulada 2000 e vishhh, a atração utiliza do humor e da leveza para retratar um ano tão difícil, a partir da perspectiva do isolamento social.

“Em nenhum momento, a gente fala da doença, porque o vírus não tem graça nenhuma. A gente já perdeu mais de 160 mil vidas. Não tem como a gente rir do vírus. Mas o que a gente tem é um ponto em comum, que é o isolamento. O programa trata justamente das curiosidades dele. Obviamente, a identificação é imediata, porque cada um de nós viveu coisas parecidas no isolamento. A falta de paciência de estar em casa, ter que controlar um parente do grupo de risco, o uso da máscara. Isso, sim, rende piada”, avalia Hassum.

O programa surgiu em meio ao adiamento da segunda temporada de Tá pago, talk show de Leandro Hassum no canal, que deve voltar apenas em 2021. A ideia inicial era fazer uma retrospectiva dos assuntos da semana. Até que a emissora propôs uma versão de fim de ano. A reação do humorista deu origem ao título: “Eu falei: ‘vishhh, mas vamos fazer uma retrospectiva disso?’”

A temporada será composta por quatro episódios de 30 minutos, em que Leandro Hassum faz piada em relação ao confinamento dos brasileiros, que renderem, durante a quarentena, material para outros programas humorísticos. “É um programa popular, de humor leve. Não abordamos política, nem o vírus em si. Falamos sobre isolamento e identificação”, destaca. Além disso, o apresentador recebe, remotamente, convidados. Entre os nomes confirmados estão Rafael Portugal, Gretchen, Maitê Proença, Wanessa Camargo, Cumpadi Washington e Sergio Malandro.

Duas perguntas /Leandro Hassum

Retrospectiva costuma ser um programa que mostra momentos ruins. Como foi fazer uma versão de humor de um ano como 2020?
Normalmente Retrospectiva é um programa chato. A gente relembra as bostas que aconteceram, as pessoas que morreram. Por isso, a gente diz que não é uma retrospectiva de 2020, mas de “2000 e vishhh”. Este ano, na verdade, teve três meses e o resto... Acho que a gente fez uma retrospectiva de forma mais leve, falando de coisas que a gente viu acontecer, com essa lente de aumento da comédia.

O humor teve um papel importante na pandemia. Como você enxergou isso?
O humor é fundamental. É por meio dele que a gente consegue aliviar isso tudo. Justamente para rir um pouco, porque foi difícil para todos, cada um no seu quadrado, na sua tempestade particular, tentando sobreviver. Nós, humoristas, nos adaptamos. Na verdade, a gente só acelerou um processo que estava para acontecer. O humor ficou muito presente, adicionando coisas novas ao nosso arsenal. Hoje, sei que posso fazer um show em drive-in, uma entrevista remota, entregar um produto de qualidade mesmo de casa. Acho que o presencial é insubstituível no que diz respeito ao teatro. Mas acho que nada vai desaparecer por causa desse novo normal.