Saúde

Um tabu perigoso

Diagnóstico precoce do câncer de próstata aumenta chance de cura em 90% e ainda diminui risco de impotência, fraqueza muscular e queda da libido causadas por alguns tratamentos

Ainda motivo de piada e tão evitado pelos homens, o toque retal é um dos principais exames para diagnóstico precoce do câncer de próstata. Os primeiros estágios da doença são silenciosos e esse é o momento ideal para identificá-la. Portanto, deve ser rastreada com frequência. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) preconiza que os exames devam ser feitos, anualmente, a partir dos 50 anos. De acordo com o oncologista Caio Guimarães Neves, do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), se o paciente tiver histórico familiar ou for negro, o risco pode ser aumentado e a idade de iniciar a prevenção diminui para 45.

Em caso de histórico familiar, a oncologista clínica Andreza Souto, especialista em oncogenética da Oncoclínicas de Brasília, explica que o fator genético que predispõe um homem ao câncer de próstata pode ser identificado antes mesmo da doença se manifestar. “Diante de um paciente muito jovem com metástase ou com tumores de alto risco, ou com parentes de primeiro grau que tiveram alguns tipos de cânceres, há aumento do risco de estar relacionado à hereditariedade, então, ele deve passar por uma equipe de oncogenética”, afirma.

Por meio de teste genético, é possível descobrir se o paciente teve aquele câncer por causas hereditárias. Nesse caso, familiares de primeiro grau também podem fazer o mapeamento do DNA para identificar se contam com a mesma alteração. “Se tiver, o rastreamento de câncer de próstata frequente deve começar mais cedo, aos 40 anos, porque, assim, se identificado qualquer tumor mínimo, só vai precisar de uma radioterapia ou mesmo apenas acompanhar o crescimento”, explica Andreza.