A moda transforma e está em constante transformação. Em um ano marcado por pandemia, as semanas fashion ao redor do mundo precisaram se readaptar, bem como o próprio propósito das roupas. Em um formato inédito, a São Paulo Fashion Week (SPFW) comemorou 25 anos com desfiles on-line projetados pela capital paulista, em prédios, caminhões e até em um triciclo.
Nas semanas que antecederam a SPFW, imagens de acervo dos 25 anos de evento também foram projetadas para a população. Outra novidade marcante e histórica: as grifes cumpriram um acordo que determinou que metade do casting deveria ser negra, afrodescendente ou indígena. Os vídeos expostos mostraram corpos que — finalmente — refletem a diversidade racial do Brasil.
As reflexões que a pandemia trouxe sobre a moda também se mostraram presentes. Peças atemporais, confortáveis e mais voltadas ao bem-estar do que ao estético chamaram a atenção. A indústria da moda renasce e é possível fazer um paralelo do que vivemos ao longo dos meses de isolamento. Inicialmente, as roupas de “ficar em casa” e que fizeram a tendência comfy crescer foram as únicas usadas por muitas pessoas; em seguida, peças confortáveis, tanto para o home office quanto para a volta ao mundo externo, mas que trouxessem beleza e elegância, passaram a ser as preferidas.
No novo mundo
Nesse cenário, aliar beleza e conforto, passando pela sustentabilidade e pelo consumo consciente, torna-se fundamental para que a moda continue a exercer o relevante papel social que a acompanha. Enxergar as roupas como tendências que precisam se adaptar às nossas necessidades — e não o contrário — é imprescindível neste novo mundo.
À medida que a necessidade de sair de casa aumenta, os desfiles da SPFW trouxeram tendências que mostram essa transição. Há cada vez menos limitação de gênero. As opções são fluidas, com movimento, aconchego, cores fortes, que nos remetem à vida, vencendo, aos poucos, o processo de luto e dor. Um convite a viver tempos de esperança.