Saúde

Sem rubor

Com incidência, principalmente, entre pessoas de 30 a 50 anos, a rosácea não tem cura, mas, se tratada, é possível amenizar a vermelhidão do rosto

Com temperaturas extremas, algumas pessoas podem sofrer com vermelhidão no rosto, pele irritada e espinhas — além de sentirem uma espécie de calor na face, principalmente, quando saem do banho quente, tomam um vinho ou ingerem algum tipo de alimento apimentado.

Esses são alguns sintomas de uma doença inflamatória crônica da pele, a rosácea, que ocorre em 1,5% a 10% das populações estudadas. A incidência se dá, principalmente, em adultos entre 30 e 50 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Infelizmente, não há cura para essa enfermidade, mas, com tratamento correto, há um controle. “Alguns estudos sugerem que haja uma alteração no colágeno, e isso causa as inflamações. Ocorrem, sobretudo, em indivíduos com fototipo mais baixo, é mais frequente em mulheres e após os 30 anos”, explica Lucas Fustinoni, médico tricologista e membro da SBD.

Segundo ele, algumas pessoas com descendências europeias, como italianos alemães e poloneses, estão mais sujeitas à rosácea. “Esses distúrbios na pele também causam o aparecimento de ácaros e bactérias, que acabam piorando ainda mais a condição. Por isso, alguns tratamentos envolvem antibióticos, tanto via oral quanto tópica”, detalha Lucas.

O dermatologista Daniel Cassiano explica que o paciente com rosácea apresenta uma pele mais sensível aos cremes ou maquiagens comuns. “A enfermidade pode se manifestar apenas com pequenos vasinhos, localizados, principalmente, na região central da face (maçãs do rosto), associada a rubores frequentes.”

Com a pandemia, o uso frequente e prolongado da máscara pode piorar o quadro. “Como abafa a pele, pode aumentar a vermelhidão do rosto e, consequentemente, surgirem mais lesões inflamatórias do tipo pápulas e pústulas”, diz Daniel, membro SBD. Caso ocorra uma piora, o ideal é procurar um profissional de saúde.

Para o especialista, é importante enfatizar que o uso de filtros solares todos os dias é fundamental para o controle da doença e a manutenção dos resultados, pois a radiação ultravioleta é um fator desencadeante e agravante.

Daniel Cassiano cita hábitos que devem ser evitados. “Cuidado com exercícios exagerados, sol, drogas vasodilatadoras, ácidos tópicos, uso de sabonetes agressivos com álcool ou acetona, esfoliações ou tratamentos agressivos de qualquer natureza, já que também são gatilhos da rosácea.”

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte