Quanto mais tempo passamos em casa, mais queremos investir para que o ambiente tenha o máximo de conforto. Ao longo dos quase oito meses de pandemia, foram muitas adaptações, desde a criação de home office até o nascimento de hortas e jardins verticais. E por que não deixar, também, o lar inteligente?
Há anos, é possível automatizar funções como iluminação e temperatura, mas os custos altos e a necessidade de reformas e criação de painéis de controle dificultavam a expansão desse mercado. A evolução da tecnologia e o surgimento dos smartphones diminuíram essa distância e, hoje, é possível ter uma casa inteligente com um toque no celular.
Nayara Diniz, gerente de produtos da Steck, empresa de materiais elétricos, explica que uma casa automatizada ou inteligente é a que trabalha por você e facilita funções básicas do dia a dia, programando e personalizando seus dispositivos de acordo com a sua rotina. A partir da conexão com assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, a Siri, da Apple, ou aplicativos como Google Home ou Google Nest, é possível controlar desde lâmpadas até geladeira.
Etapas da automação
Daniel Almeida, especialista em casa inteligente da Amazon, observa três tipos de perfil de público. No primeiro, que ele chama de “do it yourself” — ou faça você mesmo —, as pessoas buscam produtos simples, que elas podem comprar e instalar sem grandes dificuldades. E passam a investir em dispositivos simples, como as lâmpadas e tomadas inteligentes. Assim, é possível ligar ou desligar a luz e aparelhos elétricos a partir de um aplicativo no celular.
As lâmpadas têm sido as queridinhas. As funções com diferentes cores, que permitem divertir as crianças, e a possibilidade de escolher uma luz mais fria para trabalhar e uma iluminação quente e confortável para os momentos de descanso, fizeram delas um dos produtos mais vendidos no Prime Day, dia de descontos especiais da Amazon.
Em seguida, costumam vir os smart speakers, que permitem a conexão com assistentes virtuais. Eles tornam as funções básicas ainda mais divertidas, pois é possível estar deitado e pedir que a luz seja desligada ou que o ventilador acoplado à tomada inteligente funcione.
Quando as pessoas se habituam à automatização básica, começam a imaginar como deixar a casa ainda mais prática. Nessa nova etapa, que entra em um perfil apelidado por Daniel como “faça para mim”, passam a investir em aparelhos que já trazem funções smart embutidas, como o ar-condicionado, a tevê e até as fechaduras inteligentes. São equipamentos que, normalmente, pedem a instalação por um profissional, mas não exigem grandes mudanças na casa.
Esses eletrodomésticos são compatíveis com os principais dispositivos de assistência virtual e, a partir deles, é possível ligar ou desligar os aparelhos. “Posso chegar em casa e pedir que a Alexa ligue o ar-condicionado em 18ºC e coloque a televisão no canal que quero assistir”, exemplifica Daniel.
O terceiro perfil, segundo ele, envolve um pouco mais de trabalho e pequenas reformas, bem como a contratação de empresas que podem promover a automatização da casa como um todo. Nesses casos, o investimento migra para interruptores inteligentes e projetos de iluminação 100% automatizados, controles do portão da casa, da bomba da piscina e de aquecedores — todos por meio de aplicativos de celular ou assistentes virtuais.
Conforto e acessibilidade
Nayara explica que, além das vantagens óbvias, como o conforto e a praticidade, a casa inteligente pode trazer grandes mudanças na qualidade de vida. “Estamos trabalhando nossos lares, então, criar laços, nos conectarmos com nosso espaço e deixá-lo mais confortável é indispensável no momento em que vivemos”, comenta.
Ela acredita que, conforme as pessoas vão adaptando a tecnologia às suas rotinas, necessidades que não imaginávamos acabam surgindo. A gerente exemplifica com o caso de uma pessoa que programou para que a lâmpada do quarto ligasse durante a noite sempre que a temperatura ficasse muito baixa. “Assim, ela acorda e vai cobrir o filho. É interessante como vamos ajustando de acordo com o que é mais interessante para cada família”, observa.
Nayara ressalta o aspecto da acessibilidade, no qual a automatização deixa de ser um luxo ou opcional, para se tornar indispensável no que diz respeito à funcionalidade. Os comandos de voz para ligar ou desligar dispositivos tornam-se essenciais para pessoas com dificuldade de locomoção.
Indivíduos com deficiências visuais podem configurar os dispositivos para avisos de som se houver qualquer elemento ou estímulo diferente na casa. No caso de dificuldades auditivas, é possível conectar fechaduras, campainhas e lâmpadas para que ocorram avisos luminosas quando alguém estiver na porta.