Usado principalmente como método contraceptivo e para solucionar problemas de saúde, como endometriose, miomatose, menstruação irregular, sangramento disfuncional e sintomas relacionados à TPM, o implante de reposição hormonal de gestrinona acabou conhecido como chip da beleza pelos seus efeitos estéticos. Alguns especialistas, no entanto, consideram a denominação inadequada.
Para o ginecologista e obstetra Igor Padovesi, os implantes não devem ser utilizados para finalidade estética. São uma opção de tratamento ginecológico para as condições citadas, além da reposição hormonal da menopausa.
Ele deixa claro: “O uso resulta em alguns benefícios esperados, como a melhora da disposição e o aumento da libido (pelo aumento natural da testosterona feminina), a interrupção das menstruações (eliminando as cólicas e TPM), além de favorecer o ganho de massa magra e reduzir a gordura corpórea e a celulite. Porém, tais efeitos benéficos são secundários, considerados uma espécie de efeito colateral do tratamento”.
O médico Lucas Costa Felicíssimo corrobora que a nomenclatura pela qual o implante se tornou conhecido passa a ideia errada de como funciona. “Não é um tratamento estético, mas clínico, que pode ser usado em mulheres que apresentam desconfortos durante o ciclo menstrual, com TPM e sangramentos intensos, ou até no tratamento de doenças”, explica.
Os homens também podem se beneficiar da reposição hormonal. “A partir dos 30 anos, começa a ocorrer uma queda natural da testosterona e alguns homens podem começar a apresentar queda da libido, aumento da gordura abdominal, desânimo, desinteresse na vida social e profissional, diminuição da densidade óssea”, explica a médica Milena Tomé, do Instituto Pocallet.
Ela salienta que, nos obesos, pode ocorrer acúmulo de hormônio feminino. Para reverter o quadro, após exames hormonais, usa-se os pellets de testosterona. “A maioria dos pacientes nota os resultados logo nas primeiras semanas”, garante. “Mas, como qualquer procedimento, ambos exigem avaliação e indicação médica.”