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Com um pé na realidade

Em dois episódios, Sob pressão — Plantão covid presta homenagem merecida a profissionais da saúde

“Essa doença pode tirar tudo da gente, menos a esperança.” A frase ouvida no teaser resume a mensagem que Sob pressão — Plantão covid traz. O especial de dois capítulos começa a ser exibido na terça-feira após A força do querer e aparece numa espécie de entressafra da premiada série Sob pressão, cuja quarta temporada está prevista para 2021.

“Era inevitável fazer essa ligação da série com a pandemia. Primeiro pensamos em abordar o assunto na 4ª temporada, mas ficaria muito tarde e, então, chegamos a esse formato. O objetivo é fazer uma homenagem à força, à importância dos profissionais da saúde nesse momento”, afirma o autor da série, Lucas Paraizo, em entrevista coletiva para divulgar a série.

“A ideia era abordar o dia a dia do interior do hospital de campanha e passar uma mensagem de esperança, de respeito aos profissionais da saúde. A 4ª temporada, naturalmente, tem ecos da covid, mas preferimos isolar o assunto agora”, completa o diretor Andrucha Waddington.

Na trama, os médicos Evandro (Julio Andrade), Carolina (Marjorie Estiano), Décio (Bruno Garcia), Charles (Pablo Sanábio), Vera (Drica Moraes), Keiko (Julia Shimura) e Rosa (Josie Antello) estão num hospital de campanha, entre o segundo e o terceiro meses da pandemia de covid-19 no Brasil. Eles ganham o reforço do neurocirurgião Mauro (David Junior) e da enfermeira Marisa (Roberta Rodrigues).

David conta que teve dificuldades em se ver no papel de um médico por conta da distância que a formação acadêmica tem da realidade da criança que ele foi, na Baixada Fluminense. “É importante ter personagens negros que estão ali para salvar vidas, não para tirá-las”, comemora o ator.

Realidade e ficção

Como manda o figurino de Sob pressão, a convergência entre a realidade e a ficção dará o tom dos episódios. Para garantir que as situações fossem o mais perto possível da vida fora dos sets, Lucas Paraizo contou com a consultoria do médico Márcio Maranhão, que, antes de assumir a tarefa, trabalhou em dois hospitais de campanha na linha de frente do combate à pandemia.

“Os dois episódios passam por três momentos. No início, vem a perplexidade, quando há o colapso, as incertezas, o medo. Depois, vem o chamado para o front, para o enfrentamento com mais potência. E o terceiro é o adoecimento, quando os médicos começam a ser contagiados e a fadiga começa a aparecer”, afirma Márcio.

Evandro e a equipe dele terão que enfrentar mais do que a pandemia. Falta de equipamentos para atender os doentes e proteger os médicos, por exemplo, são realidades que farão parte da trama. A atriz Drica Moraes, que gravou a participação dela de casa por ser parte do grupo de risco, avisa: “Esses episódios são um documento e, como tal, são preciosos.”