É isso mesmo. Localizamos alimentos com alto valor calórico com maior eficiência do que aqueles com menor conteúdo de energia, e isso é independente do prazer que o alimento promove. Essa é a conclusão de um recente estudo publicado pela prestigiada revista Scientific Reports
Mais de 500 voluntários caminharam por uma sala experimentando amostras de alimentos de baixo e alto valor energético. Após a fase de degustação, as pessoas tinham que se recordar onde estava cada alimento e isso foi 30% mais fácil no caso dos alimentos mais calóricos. O mesmo aconteceu com a localização de amostras de odores, mas a diferença foi menos robusta.
A interpretação é a de que nosso cérebro é programado desde os tempos ancestrais a reconhecer com maior eficiência a localização de alimentos com alto valor energético. Esta vantagem evolutiva pode não ter tanta relevância no mundo contemporâneo de supermercados e geladeiras. Pelo contrário, com as facilidades de hoje, nossas memórias que fixam mais os alimentos de alto valor energético pode contribuir sobremaneira para a epidemia de obesidade.
*Dr. Ricardo Teixeira é neurologista e Diretor Clínico do Instituto do Cérebro de Brasília
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