Bichos

Para enfrentar a seca

Água e frutas podem garantir bem-estar de animais. Tutores e veterinários dão dicas de como ajudar os bichinhos a se manterem hidratados neste período

O período de seca no Distrito Federal traz, junto com a beleza dos ipês floridos, a necessidade de manter-se alerta para cuidados com a saúde, especialmente no que diz respeito à hidratação. É necessário aumentar a ingestão de líquidos e manter alta a umidade do ar em ambientes fechados. Vale para os humanos e para os pets.

É o que explica a veterinária Camilla Fagundes Beccon. A profissional alerta que os tutores precisam estar atentos aos ambientes mais quentes para garantir o bem-estar e a saúde de gatos e cachorros. No período de seca, eles podem desenvolver bronquite e apresentar tosse. “Aqui em Brasília, além de manter o pet em locais arejados — melhor ainda se tiver umidificador —, eles devem estar hidratados. Misturar água com gelo, fornecer ração úmida, em sachê, já que elas têm uma concentração grande de água, colocar bebedouros para água ficar corrente são algumas opções.”

Camilla diz, ainda, que é necessário observar as superfícies antes de levar os animais para passear para não provocar queimaduras ou ressecamentos. “Não caminhe em piso quente, principalmente nos horários de pico do sol. Passe protetor solar, especialmente nos que são branquinhos, pois, assim como nós, eles também podem ter câncer de pele pela incidência solar. Se as patinhas estiverem ressecadas, passe hidratante específico nos coxins”, recomenda.

Sempre hidratados

Quem segue à risca as orientações dos profissionais é Tatiane De Biasi Caldara, 29 anos. A bacharel em direito mora em Águas Claras há quase dois anos e ainda está conhecendo as mudanças climáticas de Brasília. Ela chegou de São Paulo no fim de 2018 e lidou com a primeira seca ao lado da lhasa Milka. “No ano passado, ela bebia pouca água e ficava muito prostrada. Então, começamos a deixar o umidificador e o ar-condicionado ligados”

Tatiane conta que oferece à cadelinha pedaços de frutas gelados, água fresca e sorvetes preparados por ela com frutas como manga e melancia. Além disso, cuida das patas e do focinho com manteiga adequada, para garantir que não haja ressecamento. Nesta temporada, ela vai estender os cuidados dedicados à Milka à nova integrante da família: Nutella. A cadelinha, da mesma raça, tem apenas cinco meses e já começa a enfrentar o calorão com todos os cuidados que a “mamãe” pode oferecer.

Outra tutora zelosa é Ieda Tunes, 49. A servidora pública cuida de Tobias Marcelo, da raça welsh corgi pembroke, desde que ele tinha 3 meses. O cachorro veio de São Paulo e, hoje, aos 2 anos, é muito bem cuidado e leva uma boa vida em um apartamento na Asa Sul. Diariamente, ele sai para passear e, nos dias mais quentes, é recebido de volta com cubos de água de coco congelada. “Nesses períodos de seca, eu busco dar frutas com bastante caldo, como melancia. E ele gosta bastante de água de coco.”

A servidora alerta, porém, que a quantidade de frutas seja bem administrada para não tirar o apetite do animal. “A refeição principal é a ração. Aí, em vez de oferecer petiscos industriais, damos frutas, e ele fica superfeliz. Fica com o olhinho brilhando e sorridente.”

Espaço de lazer

Há três semanas, Tifanny Vito e a família inauguraram um empreendimento destinado ao bem-estar dos animais. Inicialmente, o Dogin Club seria um espaço para realizar eventos, mas, com a pandemia, a família percebeu uma nova necessidade. “A chácara onde abrimos o clube existe há 20 anos. A área central a gente aluga para festas particulares. Com o início da pandemia, interrompemos esse serviço. Eu tenho três cachorros e, como fechou tudo, comecei a ir mais vezes para lá, para que eles não ficassem muito estressados. Daí, começou a surgir a ideia de ser um espaço para o tutor passar o dia com o pet.”

A chácara, localizada no Incra 7, a cerca de 25 quilômetros do centro de Brasília, atende a cachorros e humanos. Conta com balanços, painéis, diversas áreas verdes e piscinas, entre elas uma de lama, que entrou para o catálogo de serviço após aprovação do cachorro da dona. Os preços variam de R$ 15 a R$ 100, a depender do tempo e da exclusividade demandada pelo contratante. “Sábados e domingos, abrimos para o público em geral. A pessoa paga a entrada e fica no clube. Durante a semana, trabalhamos com marcação de horário. Então, o cliente fica com o clube só para ele. E abro a piscina de humanos” detalha Tifanny.