Jornal Correio Braziliense

Saúde

Os perigos da automedicação

Especialistas alertam que tomar remédio sem prescrição médica pode causar sérios danos ao organismo, especialmente aos rins e ao fígado

A pandemia tem causado apreensão, medo e insegurança na população. Nesses momentos, possíveis soluções milagrosas, como medicamentos que podem prevenir ou suavizar os sintomas da covid-19, tornam-se tentadoras. Porém, além da falta de evidências científicas e desconhecimento dos efeitos colaterais, a automedicação, em qualquer situação ou doença, pode ter graves consequências para o organismo.

Lucas Vargas, clínico geral e coordenador da Clínica Médica dos hospitais Santa Lúcia Norte e Maria Auxiliadora, ressalta que remédios são drogas. A diferença do efeito curativo para o tóxico está apenas na dose. Para o médico, a maioria das pessoas que se automedica o faz em função da comodidade e para alívio rápido dos sintomas. “Se é uma dor ocasional, elas não vão buscar o sistema de saúde logo de cara, mas, sim, tentar solucionar sozinhas.”

Lucas acrescenta que, nos casos em que o paciente não tem sintomas graves ou recorrentes e não quer buscar um profissional ou uma unidade de saúde, deve apenas usar medicamentos sobre os quais já conversou com seu médico de confiança ou que já foi orientado a usar. Devem ser levadas em conta orientações prévias de clínicos gerais, médicos da família ou ginecologistas.

Outra solução que evita os riscos da automedicação é o uso de medidas não farmacológicas para alívio de dor. Dores de cabeça podem ser aliviadas com compressas geladas ou um breve período de descanso em quarto silencioso e escuro. Compressas quentes diminuem as dores menstruais, e chás naturais ajudam no alívio de sintomas de gripes e resfriados.

O médico ressalta, porém, a importância da observação dos sintomas nas primeiras 48 horas. Se a dor não passa de forma alguma, se os sintomas persistem por dias e tem mudanças que não fazem sentido para o paciente, torna-se primordial visitar o médico.