Em um gesto de liderança política global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, co-presidiram nesta quarta-feira (23/4) uma reunião virtual de alto nível com cerca de 20 chefes de Estado e de governo, dando início a uma mobilização internacional em preparação para a 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém do Pará.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o encontro, fechado ao público, teve como objetivo fomentar uma “mobilização política global diante da emergência climática e acelerar uma transição justa, inclusiva e sustentável”. A reunião contou com a participação de líderes de grandes economias, como o presidente da China, Xi Jinping, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, além de representantes de países em desenvolvimento e de pequenas ilhas vulneráveis às mudanças climáticas.
Vieira destacou que o presidente Lula reafirmou o compromisso do Brasil com um novo modelo de desenvolvimento baseado em três pilares: prosperidade econômica, sustentabilidade ambiental e inclusão social. Durante o encontro, Lula também apresentou a proposta de um “balanço ético global”, iniciativa em parceria com Guterres que visa engajar diversos setores da sociedade – como juventudes, povos originários, cientistas e líderes religiosos — na construção de um novo pacto ambiental.
Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a reunião foi “muito promissora” e reforçou a necessidade de que os países apresentem Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) mais ambiciosas, alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris. “O presidente Lula também fez um apelo para que a COP30 seja a COP da implementação dos acordos já firmados”, afirmou Marina, mencionando ainda metas como triplicar a geração de energia renovável, duplicar a eficiência energética e eliminar o desmatamento.
A ministra também destacou iniciativas discutidas no encontro, como o fortalecimento da aliança global contra a fome — em parceria com a FAO — e a criação de um fundo para recompensar financeiramente quem protege as florestas, por hectare preservado. “Estamos trabalhando para que a COP30 seja um marco na concretização dos compromissos climáticos, e não apenas mais uma conferência de intenções”, afirmou.
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A reunião sinaliza o papel central que o Brasil pretende exercer na agenda climática internacional, especialmente com a realização da COP30 na Amazônia. Antes do evento principal em Belém, uma pré-COP está programada para ocorrer em Brasília, reforçando a articulação diplomática e técnica em torno das metas globais.