ATOS GOLPISTAS

Zema sai em defesa de cabeleireira condenada: "Somos todos Débora"

Vídeo faz referência à cabeleireira Débora Rodrigues e sugere crítica à atuação do Supremo Tribunal Federal com os réus condenados pelos atos de 8 de janeiro

Governador Romeu Zema fez uma sinalização ao presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite, que pediu maior sensibilidade na cobrança dos pedágios -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)
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Governador Romeu Zema fez uma sinalização ao presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite, que pediu maior sensibilidade na cobrança dos pedágios - (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a sinalizar apoio aos réus condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em vídeo produzido com o uso de inteligência artificial e publicado nas redes sociais, Zema retoma a defesa da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, sentenciada por deterioração de patrimônio público e outros quatro crimes. Ela ficou conhecida por ter pichado a estátua da Justiça com a frase “perdeu, mané” durante os ataques em Brasília.

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A nova peça, de caráter simbólico e tom emocional, apresenta a estátua da Justiça deixando a Praça dos Três Poderes e caminhando rumo a uma cidade. O deslocamento é acompanhado por populares que filmam e observam a cena.

Em outro trecho, a figura aparece em meio a uma manifestação, segurando uma placa com os dizeres “Somos todas Débora”. A sequência intercala imagens de uma repórter cobrindo o evento e de um homem careca, de costas, assistindo à cena por televisões, imagem que remete visualmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais do 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF).

No desfecho do vídeo, a estátua retorna ao seu pedestal, sendo observada por uma mulher e duas crianças, alusão clara à própria Débora e seus dois filhos. A publicação, sem declarações explícitas do governador, reforça a aproximação com a tese da anistia aos envolvidos nos atos golpistas.

Esta é a segunda vez que Zema recorre a vídeos com inteligência artificial para abordar o episódio. Em produção anterior, também divulgada neste ano, o governador utilizou uma estética gospel e com referências religiosas para defender o perdão aos condenados.

A trilha sonora questionava se o país puniria o justo ou protegeria o povo, enquanto uma das cenas mostrava um batom ao lado de uma algema, metáfora visual também à prisão de Débora Rodrigues.

A manifestação, embora velada, se insere em uma estratégia política mais ampla. Crítico da condução que o STF tem dado aos julgamentos do 8 de janeiro, Zema tenta consolidar uma ponte com a base bolsonarista e se manter no radar da direita nacional como possível nome competitivo para as eleições presidenciais de 2026.

Como mostrou o Estado de Minas, esse aceno ao bolsonarismo tem se intensificado cada vez mais nas redes sociais do governador.

postado em 25/04/2025 15:08