Apostas esportivas

CPI das Bets ouve delegado sobre falhas no combate a apostas ilegais

Responsável pela Operação Game Over, Lucimério Campos depôs no Senado nesta terça-feira (22/4), a convite da senadora Damares Alves. Ele criticou a falta de regulação sobre apostas e fintechs

A CPI investiga a atuação de influenciadores e empresas no setor de apostas esportivas -  (crédito:  Saulo Cruz/Agência Senado)
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A CPI investiga a atuação de influenciadores e empresas no setor de apostas esportivas - (crédito: Saulo Cruz/Agência Senado)

A CPI das Bets, que investiga a atuação de influenciadores e empresas no setor de apostas esportivas, ouviu nesta terça-feira (22/4) o delegado Lucimério Campos, da Polícia Civil de Alagoas, responsável pela Operação Game Over. Convidado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ele alertou, durante a sessão no Senado, para a dimensão nacional do problema.

“Começamos com denúncias em Alagoas no fim de 2023 e logo vimos que se tratava de um esquema bilionário. Só em dois meses, mais de R$ 1,6 bilhão passou por intermediadoras de pagamento ligadas às apostas”, afirmou Campos.

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Segundo o delegado, as fintechs usadas como facilitadoras operam de forma clandestina. “São empresas criadas por laranjas. Tentamos bloquear os valores via BacenJud, mas não conseguimos porque não são instituições financeiras reconhecidas. É um buraco na legislação”, explicou.

Ele disse ainda que as casas de apostas funcionam como atividade predatória: “O dinheiro sai da casa do brasileiro e vai direto para fora do país”.

Campos cobrou urgência na criação de mecanismos legais para fiscalizar e punir os envolvidos. “Já identificamos R$ 15 milhões em apostas clandestinas só em Alagoas. Sem regulação, o Brasil lidera o acesso a sites de apostas no mundo, com 490 milhões de acessos mensais”, apontou.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

postado em 22/04/2025 15:31 / atualizado em 22/04/2025 16:46