
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (27/3) que pode sobretaxar produtos dos Estados Unidos da América (EUA), em resposta às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
Lula defendeu o princípio da reciprocidade nas relações externas, e disse ainda que vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a política tarifária do republicano. Além disso, avaliou que o aumento do protecionismo será prejudicial aos EUA.
“Nós temos duas decisões a fazer. Uma é recorrer na Organização Mundial do Comércio, que nós vamos recorrer, e a outra é a gente sobretaxar os produtos americanos que nós importamos. É colocar em prática a lei da reciprocidade”, respondeu Lula ao ser questionado durante coletiva de imprensa ao deixar Tóquio, no Japão.
“Não dá para a gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar outros produtos”, acrescentou o presidente.
Críticas ao protecionismo
Os EUA taxaram em 25% toda a exportação de aço para o país, o que afeta a produção brasileira. Além disso, há temores de novas taxações no futuro, contra outros produtos. Trump vem ameaçando, por exemplo, taxar países do Brics — grupo de países emergentes — que defendam a realização de comércio sem depender do dólar norte-americano.
Outros países, como Japão, China, Canadá e membros da União Europeia também demonstram preocupação com a política externa americana. Lula disse ainda que, como presidente, Trump tem o direito de tomar as medidas que achar necessário, mas que sofrerá consequências pela decisão.
"Esse protecionismo não ajuda nenhum país no mundo. Não ajuda. Vamos ver as consequências disso. Vamos ver. Eu acho que será ruim para os Estados Unidos. Vamos esperar o tempo, porque o tempo, quem sabe nesse caso, seja o senhor da razão”, disse ainda o chefe do Executivo.
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