
Na segunda entrevista coletiva desta quarta-feira (26/3), data em que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram edifícios e destruíram o patrimônio público na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Ao comentar o caso da influenciadora bolsonarista Débora dos Santos, presa há dois anos por participação nos ataques às sedes dos Três Poderes, Bolsonaro fez duras críticas ao Supremo. “Eu não posso admitir injustiça. O que estão fazendo com a Débora, que já está presa há dois anos, por causa do batom dela. E já teve dois votos — do Alexandre de Moraes e um do Flávio Dino — condenando-a a quatorze anos de cadeia. Agora o ministro Fux falou que quer diminuir. Eu espero que seja apenas aquela parte que ainda não se aplica, né? O dano ao patrimônio. Passar ali o batom e não quebrou nada.”
Durante a sessão desta quarta-feira, o ministro Moraes rebateu o argumento usado por Bolsonaro. “Se isso não é violência, o que seria? É o absurdo de uma violência não programada. Ninguém estava passeando. As pessoas invadindo e sempre com a intenção golpista. Uma verdadeira guerra campal. Nenhuma bíblia é vista, nenhum batom é visto. Agora, a depredação ao patrimônio público e o ataque a polícia são vistos”, disse Moraes.
O ex-presidente insistiu na defesa dos presos pelos atos de 8 de janeiro, negando qualquer tentativa de golpe. “Eu quero tirar as pessoas da cadeia porque isso é uma injustiça. Ninguém tentou dar um golpe. Olha o perfil dessas pessoas, elas tinham condições de assumir?”, questionou ele, criticando a falta de segurança dos prédios públicos no dia dos ataques, relembrando uma fala do presidente Lula. “O próprio Lula tem um vídeo em que diz assim, ‘eu quero saber quem deixou a porta aberta aqui’. Parabéns, Lula!”
Para ele, a Anistia precisa ser tratada com urgência. “Para um inocente preso, cada segundo parece uma eternidade. A gente quer tirar esse povo da cadeia. A Débora está marcando o Brasil. Como eu gostaria que Débora fosse pra rua abraçar os filhos”, declarou, ressaltando que, cabe ao Congresso à decisão. "Por mim, é ampla, geral e irrestrita. Que se pague o que foi danificado".
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