
Preso há um ano por ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) recebeu R$ 158,3 mil (uma média de R$ 13,2 mil por mês) em salários da Câmara desde que foi preso, em 24 de março de 2024. Com vencimento bruto de R$ 44 mil no ano passado, o parlamentar não conseguiu justificar as ausências nas sessões da Casa (está preso) e viu seu contracheque minguar: chegou a receber apenas R$ 4,7 mil, em dezembro, depois dos descontos por faltas, previdência e Imposto de Renda.
Em 2025, seu salário bruto aumentou para R$ 46 mil, mas os descontos permanecem. Mesmo sem pisar na Câmara há um ano, Brazão tem também uma equipe de assessores que custou mensalmente cerca de R$ 125 mil por mês em 2024. Das 30 pessoas doo gabinete, 25 foram nomeadas em 1º de fevereiro do ano passado, com salários de R$ 1,7 mil a R$ 12,6 mil.
Atualmente, há 24 assessores ativos no gabinete. Sem estar, de fato, na Câmara, Brazão deixou de utilizar a cota parlamentar, específica para bancar gastos correntes do mandato, como passagens aéreas. O deputado tem, ainda, um imóvel funcional em Brasília, que ocupa desde fevereiro de 2024.
Apesar de preso, Brazão conseguiu enviar aos seus redutos eleitorais R$ 16,2 milhões em emendas parlamentares. Em 2024, o deputado, que trabalhou menos de dois meses antes de ser encarcerado, solicitou, ao todo, R$ 37,9 milhões em emendas para o Rio de Janeiro. A maior parte do valor, porém, foi bloqueada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que paralisou os repasses por falta de transparência.
O Correio fez contato com o gabinete de Brazão e com a defesa do parlamentar. Mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
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