ESG AMAZÔNIA

Eduardo Braga condena senador que falou em enforcar Marina Silva

O parlamentar afirmou que críticas podem e devem ser feitas no campo das ideias, mas repudia qualquer ataque à dignidade da ministra e de sua trajetória

Braga comentou o episódio após participar do II Fórum ESG Amazônia, em Manaus -  (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A.Press)
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Braga comentou o episódio após participar do II Fórum ESG Amazônia, em Manaus - (crédito: Vanilson Oliveira/CB/D.A.Press)

Manaus - O senador Eduardo Braga (MDB -AM) defendeu, nesta sexta-feira (21/03), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alvo de ataques recentes do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Em entrevista exclusiva ao Correio, Braga reiterou que é possível criticar políticas públicas sem recorrer ao desrespeito pessoal ou institucional.

Ao comentar a participação de Marina em uma audiência da CPI das ONGs, o senador Plínio Valério disse: "Imagina o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?"

Braga discordou do posicionamento do colega de Senado. “Eu posso discordar das ideias, mas eu não posso desrespeitar nem a figura da mulher e muito menos a figura do ser humano. Esse é o meu comportamento”, afirmou após participar do II Fórum ESG Amazônia, que ocorre em Manaus.

Braga acrescentou que discorda de alguns posicionamentos políticos da ministra, mas que a crítica é técnica e política, sobretudo voltada ao que considera uma visão ultrapassada do desenvolvimento sustentável diante das inovações tecnológicas das últimas duas década, afirmou ele, citando a obra da BR-319 - trecho de conexão por terra entre as cidades de Manaus (AM) e Porto Velho (RO)- e à chamada margem equatorial - nova fronteira exploratória de petróleo, quem vem causando discussões.

Eduardo Braga
Eduardo Braga (foto: Vanilson Oliveira/CB/D.A.Press)

Ele ressaltou que o respeito deve prevalecer entre todos os parlamentares, afirmando manter um respeito pessoal pela ministra Marina Silva, com quem compartilha uma longa trajetória de convívio político. “Eu conheço a Marina há pelo menos 30 anos. Ela morou em Manaus, no Morro da Liberdade, e tenho uma admiração pela sua história de vida. Discordar dela não significa deixar de respeitá-la”, declarou o senador.

Braga disse ainda que à Casa ficou dividida e citou a representação por parte das senadoras ao Conselho de Ética. Ele considerou a fala do colega como “infeliz” e o correto era ele ter se retratado publicamente. “Ele podia ter pedido desculpas, mas resolveu adotar uma postura que é dele, individual, e que somente ele pode responder por isso”, finalizou.

Vanilson Oliveira
postado em 21/03/2025 17:45 / atualizado em 21/03/2025 17:45