
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse nesta sexta-feira (21/3) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai se licenciar para ficar nos Estados Unidos porque é “medroso”. O parlamentar anunciou esta semana que vai continuar nos EUA por tempo indefinido para continuar a fazer lobby contra o Judiciário brasileiro.
“O problema dele é que ele não enfrenta o debate político, é medroso. Ele tinha que enfrentar o debate político aqui. Por que ele foi articular nos Estados Unidos com o Congresso norte-americano uma lei para impedir que brasileiros vão para lá? É uma lei contra o ministro Alexandre de Moraes, contra a Suprema Corte. Nós não podemos admitir isso”, afirmou Gleisi em entrevista à CNN.
A deputada licenciada também afirmou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta um “desserviço” ao Brasil ao difamar o país em solo estrangeiro alegando que precisou fugir de uma ditadura.
“Ele tentou criar uma situação para se vitimizar e dizer que ele estava sendo perseguido. Ditadura quem defende são eles, os Bolsonaro, que defenderam publicamente os ditadores, os torturadores e que queriam dar um golpe de Estado aqui”, afirmou a ministra.
Eduardo Bolsonaro tem ido aos Estados Unidos com frequência desde janeiro, quando viajou para a posse do presidente Donald Trump (Republicanos), mas não conseguiu participar da cerimônia, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Em encontros com autoridades e vídeos gravados nos EUA, Eduardo diz que o Judiciário brasileiro tem sido parcial e conduzido uma perseguição a sua família, em especial a seu pai, que será julgado no fim deste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por liderar uma tentativa de golpe em 2022, quando perdeu a eleição.
Para impedir que Eduardo continuasse a exercer pressão contrária ao governo e ao Judiciário nos EUA, o PT pediu ao STF a apreensão do passaporte do deputado. A Procuradoria-Geral da União (PGR), no entanto, recomendou o arquivamento do pedido por entender que não havia provas de que Eduardo estaria cometendo crimes.