
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer colocar um brasileiro na Comissão Interamericana de Direitos Humanos — órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) responsável por monitorar e denunciar violações dos direitos humanos no continente americano.
O indicado será o professor de Estudos Brasileiros da Universidade de Oklahoma Fábio de Sá e Silva, pesquisador com experiência nas áreas de política pública, segurança e Justiça. Ele é formado em direito, ciências sociais e políticas públicas pela Universidade de São Paulo (USP), e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB).
A informação foi inicialmente publicada pelo colunista Jamil Chade, do portal Uol, e confirmada pelo Correio com fontes próximas ao governo. Lula já decidiu indicar o professor para uma das três cadeiras da Comissão que serão preenchidas após eleições em junho. Ao todo, há sete membros na comissão.
Trump quer mais influência na OEA
O plano de fundo na decisão é o avanço do governo de Donald Trump sobre a OEA, acompanhado de outros governos de extrema-direita como o de Javier Milei, na Argentina. Há uma pressão, por exemplo, de deputados norte-americanos, aliados do bolsonarismo, de pressionar para que o órgão denuncie uma suposta ditadura no Brasil.
De olho nas eleições, a Missão dos Estados Unidos na OEA divulgou um chamado para que norte-americanos se candidatem à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e está selecionado quem será o indicado.
O movimento motivou Lula a indicar um nome próprio. Com a escolha do presidente, caberá ao Ministério das Relações Exteriores realizar a campanha para tentar eleger Fábio de Sá e Silva.
Recentemente, o Brasil conseguiu uma vitória na OEA ao ajudar a eleger o atual secretário-geral, o surinamês Albert Ramdin, no início de março. Ele derrotou o paraguaio Rubén Ramírez Lezcano, apoiado por Trump, que retirou a candidatura após a articulação de países de esquerda e centro-direita para evitar a vitória do governo norte-americano.