
A discussão sobre o Projeto de Lei da Anistia, que pode beneficiar envolvidos nos atos de 8 de janeiro, gerou uma crise entre lideranças evangélicas e parlamentares. O pastor Silas Malafaia atacou duramente Marcos Pereira, presidente do Republicanos, acusando-o de traição à comunidade evangélica. Em resposta, os deputados Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ) saíram em defesa de Pereira, negando que ele tenha se posicionado contra a anistia.
Crivella afirmou que Malafaia cometeu um equívoco ao criticar Pereira, ressaltando que o texto atualmente em discussão na Câmara tem como base um projeto originalmente apresentado pelo Republicanos, do qual ele próprio foi autor.
“Tem um vídeo na internet do pastor Silas Malafaia que contém um equívoco. Esse projeto da anistia que está para ser votado, 80% dele vêm de um projeto nosso, do Republicanos. É o projeto 2162/2023, que sou autor e pedi a todos os meus companheiros de partido que assinassem como coautores”, explicou Crivella em vídeo publicado nas redes sociais.
O parlamentar também destacou que sua defesa da anistia se limita aos manifestantes que não participaram de atos violentos, não financiaram os protestos e não disseminaram desinformação. Para ele, essas pessoas não podem ser punidas da mesma forma que aqueles que cometeram crimes.
“Estamos há dois anos no Congresso defendendo os inocentes, aqueles que não destruíram nada, que não financiaram veículos de comunicação para incitar os atos e que não tiveram participação direta na violência daquele dia. A anistia para essas pessoas precisa ser debatida com responsabilidade e sem contaminação política”, argumentou Crivella.
Embate com Malafaia
A polêmica começou após Marcos Pereira conceder uma entrevista à CNN, na qual reconheceu que algumas penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro foram "exageradas". No entanto, defendeu que a votação da anistia ocorra apenas em 2026, para evitar contaminação eleitoral.
A fala irritou Silas Malafaia, que chamou Pereira de "cretino" e afirmou que ele "envergonha a Igreja Universal" e a comunidade evangélica. O ataque gerou reação dentro do Republicanos e do meio político.
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Otoni de Paula também criticou Malafaia e elogiou Pereira pela sua postura no Congresso. “Marcos Pereira sempre esteve ao lado da nossa pauta. Ele não traiu ninguém, apenas expressou uma preocupação legítima com o processo político. O que não podemos permitir é que uma guerra de narrativas prejudique aqueles que realmente precisam de anistia”, declarou o deputado.