AGENDA DO CLIMA

"Vão pagar um preço alto", diz Marina sobre saída dos EUA do Acordo de Paris

A ministra do Meio Ambiente destacou que movimentação dos norte-americanos afetará a agenda mundial, mas apontou que o multilateralismo começará sem eles

Marina:
x
Marina: "Vamos ter que trabalhar dobrado para atender as nossas obrigações" - (crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris fará com que os demais países tenham de “trabalhar dobrado”. Além disso, em meio à crise do clima no mundo, ressaltou que a COP30 — que acontece em Belém, em novembro — será “muito desafiadora e num contexto complexo”.

“Eles (EUA) são de longe os que têm mais dinheiro, mais tecnologia e são o segundo maior emissor. O primeiro é a China. E saindo do acordo, isso significa que nós vamos ter que trabalhar dobrado para atender as nossas obrigações, o nosso compromisso ético com a vida e o equilíbrio do planeta e fazer por aqueles que não estão fazendo”, explicou Marina, durante sua participação no programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), nesta quarta-feira (19/3).

A ministra criticou o posicionamento negacionista de Donald Trump, que, segundo ela, criou uma “força gravitacional muito negativa” para o planeta, com várias empresas e articulações abandonando a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança, sigla em inglês) — conjunto de ações e objetivos que as organizações adotam para lidar com questões ambientais, sociais e de governança.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

“É um prejuízo muito grande, mas o multilateralismo começa na agenda de clima sem os Estados Unidos. E agora ele vai ter que aprender a ser forte, fazer o dever de casa em benefício da vida. Mas eles vão pagar um preço alto, porque os Estados Unidos, de longe, são um dos que estão mais prejudicados pela mudança do clima. Ondas de calor, furacões, tufões, incêndios. E a população até pode ter um alinhamento ideológico, mas não vai querer ver a sua vida ser ameaçada em função de uma posição que é contra tudo de racional que pode existir”, pontuou a ministra.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Iago Mac Cord*
postado em 19/03/2025 16:43 / atualizado em 19/03/2025 16:45