Congresso

Com Eduardo nos EUA, Filipe Barros toma posse em Comissão de Relações Exteriores

Deputado do PL foi indicado no lugar de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que resolveu se licenciar do mandato para ficar nos Estados Unidos

Ao assumir o cargo, o parlamentar disse que vai priorizar o diálogo com todos os partidos para avançar em pautas importantes para o país, como o fortalecimento da soberania nacional -  (crédito: Mário Agra/Câmara dos Deputados)
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Ao assumir o cargo, o parlamentar disse que vai priorizar o diálogo com todos os partidos para avançar em pautas importantes para o país, como o fortalecimento da soberania nacional - (crédito: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

Depois de o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciar que vai se licenciar do mandato de deputado federal, o PL precisou indicar um novo nome para presidir a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) da Câmara. O escolhido foi o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR), que foi eleito na manhã desta quarta-feira (19/3).

Ao assumir o cargo, o parlamentar disse que vai priorizar o diálogo com todos os partidos para avançar em pautas importantes para o país, como o fortalecimento da soberania nacional. Afirmou, no entanto, que Eduardo Bolsonaro, assim como sua família, é vítima de perseguição estatal e de arbitrariedades do Judiciário.

Ele leu um discurso em que classificou a última terça-feira (18) como “um dia histórico” pela decisão de Eduardo de “se exilar” para “fugir de uma iminente perseguição a suas liberdades e de sua família”. O novo presidente da Creden disse também que a direita brasileira é vítima da “coerção estatal” e de “judicialização da política” que visa retirá-la do espaço político brasileiro.

“Por esse contexto, o ato do Eduardo é heroico e deixa ainda mais claro para a comunidade internacional o que está acontecendo no nosso país. Todas as minhas condolências ao Eduardo, à sua família, ao presidente Bolsonaro, o maior líder dessa nação, perseguido pelos nossos opositores políticos”, disse Filipe Barros, que também disse condenar a “censura” no Brasil e a interferência indevida de outros países na política do país.

"Exagero"

Logo depois de seu discurso, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) discordou das falas de Filipe Barros.“Eu acho que imaginar que a direita esteja excluída da política brasileira é um certo exagero. É só ver as eleições municipais recentes, onde a direita e até mesmo aquilo que se convencionou a chamar de extrema-direita eu diria que chamou a atenção”, pontuou.

“Eu não vejo a democracia em risco no presente momento. Nós acompanhamos o mandato do presidente Jair Bolsonaro inteiro. Aquilo que dizíamos não tínhamos como provar, entretanto, a partir do momento que determinados diálogos, determinados vídeos, determinados áudios, determinadas testemunhas vieram à luz, ficou claro que nós corremos um risco até maior que imaginávamos de ter um golpe no nosso país”, afirmou o deputado petista.

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Arlindo disse, no entanto, que acredita que no parlamento não há assunto proibido. “Portanto, será um prazer nós trabalharmos aqui, com as divergências públicas e notórias, porém tendo como norte a melhoria do nosso país”, completou, ao dar os parabéns a Filipe Barros pelo novo cargo.

Comissões

Depois de uma intensa reunião de líderes na terça, a Câmara instala hoje as presidências de todas as comissões permanentes da Casa. São 30, ao todo. O PL, partido com maior número de deputados, é o que tem mais indicações: são cinco, ao todo. Além da Creden, o partido também terá as comissões de Saúde, Agricultura, Segurança e Turismo.

De outro lado, o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá as presidências de algumas comissões-chave para o avanço das pautas econômicas que o governo quer aprovar em 2025. São quatro, ao todo: Fiscalização e Controle, Finanças e Tributação, Direitos Humanos e Cultura.

Israel Medeiros
postado em 19/03/2025 12:30 / atualizado em 19/03/2025 12:38