Tentativa de golpe

Moraes devolve celular e passaporte de padre indiciado por tentativa de golpe

José Eduardo de Oliveira e Silva não consta da lista de denunciados pela PGR no inquérito do golpe

Em registros telefônicos obtidos pela PF, padre teria incitado Bolsonaro a assinar um decreto para impedir a posse de Lula -  (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
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Em registros telefônicos obtidos pela PF, padre teria incitado Bolsonaro a assinar um decreto para impedir a posse de Lula - (crédito: Reprodução / Redes Sociais)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou as medidas cautelares impostas ao padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado em inquérito para investigar uma suposta trama golpista após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial de 2022.

Mesmo com a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) desde novembro de 2024, após ter sido incluído em uma lista com outras 36 pessoas, o sacerdote não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o que contribuiu para a decisão do ministro do STF.

“Embora o investigado tenha sido indiciado no relatório final apresentado pela autoridade policial, a Procuradoria-Geral da República, ao exercer a sua opinio delicti, não denunciou o investigado, razão pela qual, em relação a ele, não estão mais presentes os requisitos necessários à manutenção das medidas cautelares anteriormente impostas”, sustentou o ministro, em sua decisão.

Diante disso, o padre José Eduardo pode voltar a ter contato com os demais investigados e terá o celular sendo devolvido, além de ter permissão para viajar para o exterior, com a recuperação do passaporte. Também pode participar de cerimônias, festas ou homenagens realizadas no Ministério da Defesa, na Marinha, na Aeronáutica, no Exército e nas polícias militares.

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Oração pelo golpe

Entre os indícios apontados pela Polícia Federal que incluíram o sacerdote na investigação da trama golpista, está uma mensagem encaminhada via Whatsapp com uma “oração pelo golpe”, nomeando o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além de outros comandantes das Forças Armadas.

Na oração, ele pede “que Deus lhes dê a coragem para salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda”.

O padre também se encontrou em diversas ocasiões com Jair Bolsonaro enquanto o ex-presidente ainda estava no cargo do Executivo. Em registros telefônicos obtidos pela PF, ele teria incitado Bolsonaro a assinar um decreto para impedir a posse de Lula. José Eduardo de Oliveira também era próximo do assessor presidencial Filipe Martins.

Raphael Pati
postado em 19/03/2025 11:34 / atualizado em 19/03/2025 11:35