JUSTIÇA

Após pedido do PT, PGR se posiciona contra apreensão de passaporte de Eduardo Bolsonaro

PT solicitou retenção do documento após parlamentar afirmar que irá morar nos Estados Unidos. Procuradoria afirmou não ver elementos suficientes que provem objetivo de atividades ilegais

O parlamentar informou que  irá se licenciar do mandato para morar nos Estados Unidos -  (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
x
O parlamentar informou que irá se licenciar do mandato para morar nos Estados Unidos - (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou, nesta terça-feira (18/3), contra o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para apreender o passaporte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar informou que  irá se licenciar do mandato para morar nos Estados Unidos, onde está desde o fim de fevereiro.

De acordo com o deputado, a decisão seria para evitar uma "perseguição". No entanto, o PT solicitou a retenção do documento alegando que ele estaria usando viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A legenda afirmou que Eduardo Bolsonaro está em "em total dissintonia com a realidade" e "patrocina retaliações" contra o Brasil e o ministro Alexandre de Moraes.

Em resposta ao partido, o procurador-geral da República, Paulo Gonet afirma que não há elementos suficientes que possam comprovar que o parlamentar estaria nos Estados Unidos agindo com finalidades ilegais. 

"Os relatos dos noticiantes não contêm elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal, justificadora da deflagração da pretendida investigação", afirma a manifestação.

A PGR recomendou o arquivamento do pedido e ressaltou que não há indícios de negociação com governos estrangeiros para atos que configurariam atentado à soberania nacional. 

O órgão declarou que "as condutas narradas, portanto, não encontram tipificação legal, especialmente no tipo previsto no art. 359-I do Código Penal, que pressupõe, para a sua consumação, a negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, com o fim de provocar atos típicos de guerra contra o País ou invadi-lo, circunstâncias ausentes no caso dos autos". 


Luana Patriolino
postado em 18/03/2025 18:10