
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, defendeu que o mundo precisa começar a implementar medidas diretas para combater as mudanças climáticas. Segundo ela, “não há mais o que protelar”, sendo "fundamental" que a COP30 dê perspectivas sobre concretizar o que já foi discutido.
Em sua fala nesta terça-feira (18/3), durante o evento Climate and Clean Air Conference 2025 (Conferência sobre o Clima e Ar Limpo 2025), a chefe da pasta do Meio Ambiente reforçou que o debate sobre a mitigação do aquecimento global se prolonga há 33 anos, desde a Rio 92, conseguindo avanços relevantes, “mas a partir de agora não temos mais como não implementar”.
Marina também lembrou que, em 2024, o planeta superou o 1,5ºC de aquecimento global em relação aos níveis pré-industriais e destacou que o mundo já está “vivendo os efeitos dos eventos climáticos extremos”.
“Cerca de 175 mil pessoas morrem a cada ano só em função de ondas de calor. Não há mais o que protelar. Agora é implementar. E na agenda, que não é fácil fazer esse debate, mas ele é extremamente necessário, porque ele está na base, é a questão de reduzir emissão em função de combustíveis fósseis”, apontou a ministra.
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A ambientalista reforçou que, em Dubai, durante a COP28, o Brasil se comprometeu com a transição energética, focando em triplicar a energia renovável e duplicar a eficiência energética. Mas, além disso, Marina citou que o país se empenhou a zerar o desmatamento até 2030, e afirmou já ter conseguido bons resultados.
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"Mapa do caminho"
Ela afirmou que, desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, foi evitado que cerca de 450 milhões de toneladas de gás carbônico fossem lançadas na atmosfera. Junto, a ministra destacou que, em relação a 2022, o governo reduziu em 45% o desmatamento na Amazônia, 77% do Pantanal, da Mata Atlântica em 26% e, do Cerrado, 46% — bioma que, inclusive, já teve 300 mil km² desertificados, segundo Marina.
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“É US$ 1,3 trilhão, vamos ter que fazer o mapa do caminho (na COP29, no Azerbaijão, foi defendido investimento anual de US$ 1,3 trilhão, até 2035, em apoio a países em desenvolvimento na luta contra a crise climática). O mapa do caminho para o fim de combustível fóssil, para o fim do desmatamento, o mapa do caminho para conseguir US$ 1,3 trilhão. E, ao mesmo tempo, trabalharmos muito fortemente para fortalecer a ação conjunta, a cooperação, mesmo em situação adversa”, enfatizou a ministra do Meio Ambiente.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro