
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou na tarde desta terça-feira (18/3) ao falar sobre a permanência de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos. O deputado anunciou hoje que vai se licenciar do mandato para continuar fazendo lobby nos EUA contra o Judiciário e o governo brasileiro.
"Hoje está sendo um dia marcante para mim. (Voz embargada) O afastamento de um filho. Mais um filho que se afasta mais do que por um momento de patriotismo. Um filho que se afasta para combater algo como o nazifascismo que se coloca no nosso país", disse Bolsonaro, na solenidade que inaugurou uma exposição sobre o Holocausto no Senado Federal, em Brasília.
Também reclamou de ter tido seu passaporte apreendido por ordem da Justiça, o que o teria impedido, segundo ele, de ir a Israel e aos Estados Unidos, para participar da posse de Donald Trump (Republicanos). “Tenho convicção de que ele (Trump) continuará abraçando meu filho”, disse o ex-presidente, ao citar a menção feita pelo americano a Eduardo em um evento conservador no mês passado.
Depois de falar sobre sua situação, emendou um adendo. “Todos os problemas que possamos ter no momento não se comparam ao que nossos irmãos judeus viveram no passado”, afirmou.
No evento, estava também a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o filho mais velho do ex-presidente, o senador Eduardo Bolsonaro (PL-RJ). Estiveram presentes ainda aliados no Congresso e representantes nacionais e internacionais da comunidade judaica. O embaixador de Israel, Daniel Zonshine, também participou.
A responsável pela exposição foi a senadora Damares Alves (PL-DF). No início da solenidade, um pastor de uma igreja evangélica fez uma oração pela "paz de Israel". Um coral da mesma igreja cantou no início e no fim da solenidade.
A inauguração da exposição se deu no mesmo dia em que governo de Israel quebrou o acordo de cessar-fogo em Gaza e retomou os ataques ao território, que voltou a ser ocupado por civis. Agências internacionais informaram, com base em comunicados das autoridades palestinas, que os ataques desta terça-feira já mataram mais de 400 pessoas.