
O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) incentivou motoristas a utilizarem um desvio por dentro de uma propriedade privada para evitar o pagamento de pedágio na BR-040, em Paracatu, na Região Noroeste de Minas Gerais.
Em vídeo publicado nas redes sociais, nesta terça-feira (18/3), o congressista aparece ao lado do prefeito da cidade, Igor Santos (União Brasil), orientando os condutores a acessarem a rota alternativa. O desvio era uma “promessa” de Cleitinho. No vídeo, o senador afirma que a passagem foi autorizada pelo dono do terreno e critica o valor da tarifa de R$ 11,30, que, segundo ele, prejudica os moradores da região. Ele também rebate antecipadamente as críticas de que estaria agindo com irresponsabilidade.
Saiba Mais
“Que irresponsável o quê? Eu tô é ajudando o povo. Quando fazem essa porcaria de pedágio, eles consultam o povo? Vocês não sabem o impacto que isso traz para a região, o prejuízo que dá para o povo (…). Quando forem fazer uma praça de pedágio, consultem o povo para, pelo menos, perguntar se eles querem e definir um valor justo”, disparou.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Ao longo da gravação, Cleitinho e o prefeito incentivam motoristas a utilizarem o desvio. “Não paga, não! Passa pelo desvio!”, diz o senador, enquanto aborda condutores e os convida a seguir pela rota alternativa.
Segundo Cleitinho, o desvio é “legal” e não configura evasão de pedágio, infração de trânsito que consiste em passar pelo pedágio sem pagar a tarifa.
“Antes que venham falar qualquer coisa, isso aqui é uma estrada, uma rua privada. Nós não estamos fazendo igual o MST, que invade sem permissão, não. Aqui, tivemos permissão do proprietário”, afirmou o senador. “Exatamente, aqui tudo autorizado, não tem nada de errado. O cidadão pode passar tranquilo, não é evasão de pedágio”, completou o prefeito de Paracatu.
Em nota enviada à reportagem em fevereiro deste ano, quando Cleitinho anunciou a intenção de criar o desvio, a ANTT afirmou que a prática configura uma infração de trânsito grave.
O Estado de Minas procurou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para comentar o episódio, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.