DEMOCRACIA 40 ANOS

Para a presidente da Funai, "se hoje ainda estamos aqui é graças a essa democracia"

Joenia Wapichana, a primeira advogada indígena do país, falou sobre a importância da democracia e destacou que a conta da crise climática é de todos nós

Joênia Wapichana, presidente da Funai, durante evento 'Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios'
 -  (crédito: Mari Campos/CB/D.A. Press)
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Joênia Wapichana, presidente da Funai, durante evento 'Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios' - (crédito: Mari Campos/CB/D.A. Press)

“Gostaria de começar falando das conquistas da democracia e começo a me reconhecer a mim mesma. Se não tivesse democracia no país, talvez eu não estivesse aqui”, disse a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, no painel ‘A conta da crise climática’ do evento ‘Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios’. “A conta sobrou para mim”, respondeu a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, em referência à cobrança que a sociedade faz aos povos indígenas para o combate à destruição da floresta brasileira.

“Os povos indígenas têm encarado esse discurso da conta climática como uma responsabilidade de todos”, comentou Joenia. Para ela, a demarcação de terras indígenas e a proteção das pessoas que defendem a floresta são ações que podem confrontar a crise climática. “Os povos indígenas e os protetores da floresta já fizeram seu papel, agora resta a nós, autoridades, juristas, tomadores de decisão, fazer o nosso papel”, enfatizou.

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Mesmo atribuindo à democracia a existência dos povos indígenas e a participação em espaços de liderança, Joenia mencionou que “os povos indígenas ainda são atropelados pelo Estado brasileiro”. Esta realidade só poderá ser revertida quando a população compreender o sentido da defesa do meio ambiente como uma ação de defesa da alimentação saudável e de redução da temperatura do planeta, exemplificou. Os instrumentos internacionais colocaram em evidência uma necessidade nacional e internacional “porque a crise climática afeta todos”. Nesse sentido, o Brasil tem um papel importante como “um bom articulador e pioneiro, ao se colocar de forma voluntária para cumprir as metas e os desafios da crise climática”, comentou Joenia.

O momento, na avaliação da presidente da Funai, é de ter compromisso de colocar em prática os direitos conquistados e os acordos internacionais pela defesa dos direitos humanos. Ainda, concluiu, aprender com os conhecimentos dos povos indígenas.

Maiara Marinho
MM
postado em 15/03/2025 17:44