
Durante a celebração dos 40 anos da democracia, realizado no Panteão da Pátria, em Brasília, o jornalista e colunista de política do Correio Braziliense, Luiz Carlos Azedo, falou sobre a participação da imprensa na construção democrática no país.
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Para ele, o papel da imprensa foi resgatado devido às complexidades das novas tecnologias e o uso de inteligência artificial para produção de notícias falsas. “Hoje qualquer cidadão com um celular registra acontecimentos importantes em tempo real, ao mesmo tempo que é um resultado da democratização do acesso à tecnologia e informação, mas também é capaz de produzir informações nas redes sociais como se tivessem existido, é um elemento que coloca em xeque as relações pessoais e as instituições e resgata o papel da imprensa na democracia para filtrar o que é ou não verdade”, comentou o jornalista.
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Luiz Carlos destacou que atualmente a sociedade brasileira vive uma guerra na informação e isso é um ingrediente novo na democracia. Na avaliação do colunista, os partidos não estão conseguindo se relacionar e dar a devida importância para a maneira como as novas tecnologias estão sendo utilizadas. “Alguma coisa precisa ser feita para evitar que isso nos leve nas águas turbulentas da crise institucional”, destacou.
Ao refletir sobre os caminhos possíveis para evitar uma crise institucional, Azedo mencionou a repulsa às instituições políticas que cresce entre os brasileiros. “É preciso de liderança moral, além da liderança política, para evitar a fragilidade das instituições democráticas”. Para ele, as mesmas instituições que sustentaram a democracia no 8 de janeiro de 2023, são as que hoje estão se fragilizando, “porque estão colocando em risco a sua liderança moral sobre a sociedade”.
Embora preocupado, Azedo avalia que a tentativa de golpe não deu certo pois não havia um contexto de crise institucional. Assim como os demais expositores, Luiz Carlos lembrou das dívidas da democracia brasileira com o desenvolvimento social e regional, com a modernização da economia, igualdade de gênero e racial e distribuição de renda. “Para resolver isso tudo a gente precisa da democracia”, frisou.