
O Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) após o parlamentar proferir falas machistas e misóginas contra a ministras das Relações Institucionais e deputada licenciada, Gleisi Hoffmann.
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A representação do PT elenca duas publicações do parlamentar e o acusa de quebra de decoro parlamentar, com punição passível de perda de mandato.
Em uma das postagens, que foi posteriormente apagada, Gustavo Gayer escreve "Me veio a imagem de Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo!". Além desta fala, Gayer também afirmou que Lula estava oferecendo a deputada e ministra como uma GP (garota de programa) aos presidentes da Câmara e do Senado.
Na representação, o PT afirma que Gayer deturpou uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma cerimônia no Planalto, sobre ter escolhido “essa mulher bonita” (se referindo a Gleisi) para o cargo de ministra das Relações Institucionais. (veja o vídeo abaixo)
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, que foi citado e marcado na postagem de Gayer, também avalia tomar providências legais contra o deputado.
Nas redes sociais, Gayer disse que foi o único parlamentar de direita "que saiu em defesa da ministra Gleisi Hoffmann covardemente menosprezada e achincalhada pelo Presidente da República".
Para o parlamentar, a publicação apenas apresentou uma denúncia contra o presidente. Gayer diz ainda que não há crime na conduta praticada. "Tenho plena consciência de que não pratiquei nenhum crime ou ato ilícito em desfavor de qualquer pessoa, tendo exercido tão somente o direito à liberdade de expressão, guiado pelo senso de Justiça", publicou.
No dia ontem (12/03/2025), no Plenário da Câmara dos Deputados, fui o único parlamentar de direita que saiu em defesa da Ministra Gleisi Hoffmann, covardemente menosprezada e achincalhada pelo Presidente da República que, utilizando-se de uma fala extremamente machista e…
— Gustavo Gayer (@GayerGus) March 13, 2025
A colunista do Correio Denise Rothenburg avalia que é preciso estabelecer limites respeitosos nas condutas dos parlamentares, independente do viés político. Interlocutores consideram que a punição de Gayer é certa. "É preciso impor limites e respeito na relação política. A avaliação de muitos é a de que o caso deverá ser punido até para estabelecer uma relação mais respeitosa entre os campos opostos da política no Parlamento", analisou a jornalista.