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Bolsonaro diz que Mauro Cid foi "torturado" para delatá-lo

O ex-presidente comentou a delação premiada do ex-ajudante de ordens e afirmou que o tenente-coronel foi "obrigado a falar certas coisas"

Bolsonaro disse que Mauro Cid sofreu
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Bolsonaro disse que Mauro Cid sofreu "tortura psicológica" durante depoimento prestado para Alexandre de Moraes. - (crédito: Reprodução/Youtube)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista nesta terça-feira (25/2), que o tenente-coronel Mauro Cid, que atuava como ajudante de ordens dele, foi “torturado” para delatá-lo nas investigações do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. 

Em entrevista ao site do Léo Dias, o ex-presidente disse que não julga Cid e que se coloca no lugar dele. “Ele (Cid) foi torturado. O vídeo (do depoimento com Alexandre de Moraes), se você ver… O que é pela lei uma delação premiada? Você começa a firmar a sua qualificação e termina a filmagem quando tá encerrado. Meus advogados pediram (acesso ao depoimento), ele (Cid) esteve 11 vezes depondo, pedimos todos os vídeos do começo ao fim, sem cortar. Em todos esses vídeos, você vê o ‘dono do inquérito’ falando: ‘Você tem um pai, uma mãe, uma filha’, (é) tortura, tortura psicológica”.   

“Cid foi obrigado a falar certas coisas, e eu me coloco no lugar dele”, diz Bolsonaro. O argumento de Bolsonaro já havia sido usado por um filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP). Após a divulgação dos vídeos da delação, Flávio Bolsonaro disse que delação ocorreu sob "tortura psicológica". 

“Em defesa do Cid, eu acredito na delação verdadeira que ele fez, foi aquela dos áudios vazados em que ele disse que estava fazendo tudo sob uma tortura psicológica”, disse o senador. “Já estava tudo armado e planejado, que eles só queriam ali que o Sid colaborasse com alguma fala para que isso servisse de base para formalizar essa acusação contra o presidente Bolsonaro, inclusive lembrando que ele vinha sempre ficando em silêncio nas oitivas da PF”, acrescentou Flávio Bolsonaro. 

Durante a entrevista, o ex-presidente garante que não fala com Mauro Cid desde o final de 2022. “Última vez que falei com ele foi quando fomos pros Estados Unidos, 30 de dezembro, acho que depois não falei mais com ele”, disse. 

Mauro Cid tinha “excesso de iniciativa”

Questionado sobre os áudios de Mauro Cid incluídos na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, onde o tenente-coronel aparece articulando sobre um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Bolsonaro disse que Cid tinha “excesso de iniciativa”. 

“O Cid cresceu muito, todo mundo ligava para ele. Apelidei o telefone dele de ‘muro das lamentações’, e eu acho que ele se empolgou com essas missões. Ele tinha um excesso de iniciativa, às vezes ele queria resolver as coisas sem falar com as pessoas adequadas, mas tudo de boa fé”, disse. 

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Pedro Grigori
postado em 25/02/2025 19:21 / atualizado em 25/02/2025 19:25