JUSTIÇA

Leia a íntegra da denúncia da PGR contra Bolsonaro e mais 33 pessoas

Procuradoria-Geral da República destacou que a organização criminosa tinha Bolsonaro e Braga Netto como líderes

Bolsonaro e Walter Braga Netto foram denunciados pela PGR -  (crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)
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Bolsonaro e Walter Braga Netto foram denunciados pela PGR - (crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

A Procuradoria-Geral da República denunciou, na terça-feira (18/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Além dele, foram denunciados o general Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. 

Os 34 denunciados pela PGR são acusados de cometer os seguintes crimes:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

No documento de mais de 270 páginas, a PGR descreve a trama golpista executada contra as instituições democráticas. Veja a seguir:

PGR apresenta denúncia cont... by CorreioBraziliense

De acordo com as investigações, o plano teve início em 2021, com os ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, por meio de declarações públicas e na internet. As acusações baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens  As denúncias serão analisadas pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes.

A PGR destacou que a organização criminosa tinha como líderes o então presidente da República, Bolsonaro e o candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto. Aliados a outras pessoas, civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

"As investigações revelaram a operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como a de ministro do STF. O plano teve anuência do então presidente da República", frisa a PGR.

"A violência no dia 8 de janeiro foi a última tentativa. A organização incentivou a mobilização do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, que pedia a intervenção militar na política. Os participantes fizeram o percurso acompanhados e escoltados por policiais militares do DF, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O episódio gerou prejuízos de mais de R$ 20 milhões", acrescenta a instituição.

A defesa de Jair Bolsonaro emitiu uma nota, na noite de terça-feira (18/2). Segundo os advogados do ex-presidente, a denúncia apresenta “precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos”. 

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Aline Gouveia
postado em 19/02/2025 09:19 / atualizado em 19/02/2025 14:57