
A Procuradoria-Geral da República denunciou, na terça-feira (18/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Além dele, foram denunciados o general Walter Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Os 34 denunciados pela PGR são acusados de cometer os seguintes crimes:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- deterioração de patrimônio tombado.
No documento de mais de 270 páginas, a PGR descreve a trama golpista executada contra as instituições democráticas. Veja a seguir:
PGR apresenta denúncia cont... by CorreioBraziliense
De acordo com as investigações, o plano teve início em 2021, com os ataques sistemáticos ao sistema eletrônico de votação, por meio de declarações públicas e na internet. As acusações baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens As denúncias serão analisadas pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes.
A PGR destacou que a organização criminosa tinha como líderes o então presidente da República, Bolsonaro e o candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto. Aliados a outras pessoas, civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.
"As investigações revelaram a operação de execução do golpe, em que se admitia até mesmo a morte do presidente e do vice-presidente da República eleitos, bem como a de ministro do STF. O plano teve anuência do então presidente da República", frisa a PGR.
"A violência no dia 8 de janeiro foi a última tentativa. A organização incentivou a mobilização do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, que pedia a intervenção militar na política. Os participantes fizeram o percurso acompanhados e escoltados por policiais militares do DF, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O episódio gerou prejuízos de mais de R$ 20 milhões", acrescenta a instituição.
A defesa de Jair Bolsonaro emitiu uma nota, na noite de terça-feira (18/2). Segundo os advogados do ex-presidente, a denúncia apresenta “precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos”.
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