
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiu uma nota, na noite de terça-feira (18/2), sobre a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente. Segundo os advogados de Bolsonaro, a denúncia apresenta “precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos”.
- Leia também: Bolsonaro sabia e concordou com o plano para matar Lula, diz PGR
- Leia também: PGR denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado
O procurador-geral Paulo Gonet denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Contra Bolsonaro há acusações dos crimes de liderança de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
A defesa do ex-presidente diz ter recebido a denúncia com “estarrecimento e indignação”. Em nota, os advogados afirmam que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”.
Confira a íntegra da nota da defesa de Bolsonaro:
"A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.
O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.
A despeito dos quase dois anos de investigações — período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos —, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.
Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.
A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.
O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.
Defesa do Presidente Jair Bolsonaro"
A denúncia contra Bolsonaro
Ao apresentar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Trecho do documento, protocolado na noite desta terça-feira (18/2), aponta que o plano foi "arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições", diz trecho.
"O plano se desdobrava em minuciosas atividades, requintadas nas suas virtualidades perniciosas. Tinha no Supremo Tribunal Federal o alvo a ser 'neutralizado'", completa o trecho.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Saiba Mais

Pedro Grigori
Subeditor do Correio BrazilienseTrabalhou por quatro anos com reportagens investigativas de política e meio ambiente na Agência Pública. Ganhador do Prêmio CNT de Jornalismo em 2018 e 2023, e com menções honrosas no Prêmio da OMS/ICFJ, Prêmio Caesari, Prêmio de Direitos Humanos e CNH In