
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, entregaram o Prêmio Camões à poeta Adélia Prado - que foi representada pelo filho, Eugênio Prado. A cerimônia ocorreu na noite desta terça-feira (18/2) no Palácio do Itamaraty, durante visita oficial do chefe do Executivo português.
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"Adelia nos ensinou que a vida é mais tempo alegre do que triste. Uma lição atual e necessária. Em tempos de crises econômicas, catástrofes climáticas, guerras e pandemia, não sucumbir ao desalento é um ato de resistência. É na desesperança, no medo e no ressentimento que viceja o ódio como projeto político", declara Lula.
"Adelia nos inspira a fazer política como ela faz poesia. As pessoas esstão no cerne de sua escrita, assim como deveriam estar no centro de qualquer ação de governo", compara ainda o chefe do Executivo brasileiro.
O presidente também lembrou que a poeta é de Divinópolis, interior de Minas Gerais, e que sua obra traz retratos do cotidiano. "Em um contexto de negacionismo, mentiras e desinformação, a verdade que transborda da obra de Adelia é um importante chamado à reladiade. É também um reencontro do Brasil consigo mesmo. Em especial, uma parte de sua alma forjada nas calçadas e casarios mineiros", relembra.
"A obra de Adelia Prado é uma janela para o coração de todos os brasileiros e brasileiras e todos amantes da língua portuguesa. Uma língua com plavras tão belas e úncicas, tão especiais, singelas, como saudade, coragem e resistência. Palavras que descrevem a potência de Adelia e a força do Brasil', finalizou Lula.
O prêmio
A premiação é considerada a maior honraria de reconhecimento literário da língua portuguesa no mundo. Ela foi instituída pelos governos brasileiro e português em 1988, com o objetivo de estreitar os laços culturais.
Adélia foi condecorada com o prêmio em junho de 2024, após passar pelo crivo do juri. Os jurados foram o escritor e professor Deonisio da Silva (Brasil), o professor e pesquisador Ranieri Ribas (Brasil), o filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule (Moçambique), o professor Francisco Noa (Moçambique), a professora Clara Crabbé Rocha (Portugal) e a professora Isabel Cristina Mateus (Portugal).
Já receberam o Prêmio Camões os brasileiros Rachel de Queiroz, Jorge Amado, António Cândido, Autran Dourado, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan, Chico Buarque, entre outros.
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