Ex-presidente

Bolsonaro diz que Lei da Ficha Limpa é usada para perseguir a direita

Inelegível por 8 anos, o ex-presidente articula com aliados no Congresso para alterar a legislação e poder concorrer em 2026

Prestes a ser denunciado pela PGR no inquérito de tentativa de golpe, o ex-presidente foi ao Senado nesta terça-feira (18/2) para se encontrar com aliados -  (crédito: Saulo Cruz/Agência Senado)
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Prestes a ser denunciado pela PGR no inquérito de tentativa de golpe, o ex-presidente foi ao Senado nesta terça-feira (18/2) para se encontrar com aliados - (crédito: Saulo Cruz/Agência Senado)

Prestes a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito de tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ao Senado nesta terça-feira (18/2) se encontrar com aliados. A jornalistas, disse que a Lei da Ficha Limpa está sendo usada para perseguir a direita no Brasil.

“A Lei da Ficha Limpa está sendo usada para beneficiar a esquerda e perseguir a direita. A Dilma foi cassada aqui (no Senado). Acharam uma gambiarra e a tornaram inelegível. O Lula tiraram da cadeia, anularam os processos e ele foi e disputou a eleição. Ora, Sérgio Cabral está elegível (...) Nos Estados Unidos, não tem lei da Ficha Limpa. Se tivesse, o Trump estaria inelegível”, afirmou.

Jair Bolsonaro está inelegível por um prazo de 8 anos, a contar das eleições de 2022, por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

Ele foi condenado pela Justiça Eleitoral em dois processos: o primeiro por se reunir com embaixadores para levantar dúvidas sobre o processo eleitoral; e o segundo por ter usado o Bicentenário da Independência em 2022 para fins políticos.

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Bolsonaro só poderia disputar as eleições de 2026 se as condenações fossem anuladas — o que não deve ocorrer — ou se o Congresso alterar a Lei da Ficha Limpa para beneficiá-lo.

É isso que a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenta fazer nos bastidores do Congresso com um projeto do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS). O texto propõe alterar de oito para dois anos o prazo sem disputar eleições para quem for enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

O projeto é relatado pelo deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) na Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e é uma das prioridades da oposição para o primeiro semestre, junto com o projeto que anistia os golpistas que vandalizaram a Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro de 2023.

 

Israel Medeiros
postado em 18/02/2025 15:57 / atualizado em 18/02/2025 16:34