CONJUNTURA

"Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente", diz Lula sobre Trump

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista para uma rádio do Pará, que não tem qualquer relação com Donald Trump, mas destacou os laços fortes do Brasil com os Estados Unidos

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista à rádio Clube do Pará nesta sexta-feira (14/2)  -  (crédito: Reprodução Youtube @lulaoficial)
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista à rádio Clube do Pará nesta sexta-feira (14/2) - (crédito: Reprodução Youtube @lulaoficial)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (14/2) que não tem qualquer relação com Donald Trump, mas destacou, no entanto, que a relação do Brasil com os Estados Unidos é sólida e duradoura. Lula também afirmou que caso se confirme a ameaça da taxação do aço, o Brasil revidará. 

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"Não tem relacionamento [com Donald Trump]. Eu não conversei com ele e ele não conversou comigo. O relacionamento é entre Estados Unidos e Brasil. Nós temos 200 anos de relações diplomáticas. O Brasil considera os Estados Unidos um país extremamente importante para a relação com o Brasil e espero que o Estados Unidos reconheça o Brasil como um país mto importante", afirmou o presidente Lula. 

As declarações foram dadas em entrevista à rádio Clube do Pará. O presidente está em agenda na região Norte e vistoria obras da COP30, que será realizada em Belém. 

O presidente comentou também o tarifaço promovido por Trump para taxar produtos importados para os Estados Unidos. Lula considerou que se preocupa com a política protecionista promovida por Trump, na contramão do livre comércio proposto pelo próprio país através do consenso de Washinton, mas frisou que caso as propostas de Trump atinjam o Brasil, o governo brasileiro vai reagir comercialmente.

"Eu ouvi dizer que [Trump] vai taxar o aço brasileiro. Se vai taxar o aço brasileiro nós vamos reagir comercialmente. Ou vamos denunciar na Organização do Comercio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles. A relação do brasil com os Estados Unidos é muito igualitária. Eles importam de nós 40 bilhões de dólares e nós importamos 45 bilhões. É o único país do mundo que tem superáviti com relação ao Brasil. Então nós queremos paz, não queremos guerra. O Brasil não tem contencioso internacional. Olha, se o Trump tiver esse comportamento com o Brasil, nós teremos esse comportamento com o Trump. Se tiver alguma atitude contra o Brasil, haverá reciprocidade", declarou o presidente.

O Brasil tem tratado com cautela as ameaças de taxação de Donald Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin afirmou que poderá negociar o assunto com os Estados Unidos e que um dialógo já foi iniciado pela embaixada do Brasil nos Estados Unidos. 

Na quinta-feira (13/2) o ministro da Fazenda Fernando Haddad seguiu o mesmo tom e afirmou que aguarda medidas efetivas para considera o que, de fato, pode ser feito sobre o assunto. 

"Eu tenho conversado com Alckimin sobre esse assunto e chegamos a conclusão de que pela maneira como as coisas estão sendo anunaciadas  e fetas é melhor aguardarmos para verificar. Primeiro que O Estados Unidos tem superávit com o Brasil se levar em conta bens e serviços. [...] Então não faz nem muito sentido nós complicarmos o que está funcionando bem. A balança é relativamente estável, favorável a eles. Então diante da maneira como estão sendo anunciadas as medidas, confirmadas ou não, nós vamos aguardar. Temos que ver como é que termina essa história. Assim que tivermos o balanço do que eles pretendem, aí sim vamos estar com a radiografia feita e vamos considerar", declarou Fernando Haddad em conversa com jornalistas. 

Donald Trump anunciou taxação sobre o aço brasileiro em 25% a partir de 12 de março. Especialistas analisam que a medida trará impacto ao setor. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA. 

 

Jaqueline Fonseca
postado em 14/02/2025 10:18 / atualizado em 14/02/2025 10:23