
Após participar da votação no Senado que elegeu Davi Alcolumbre (União-AP) como novo presidente da Casa, o senador Izalci Lucas (PL-DF) foi o entrevistado do CB.Poder especial — uma parceira do Correio com a TV Brasília — neste sábado (1º/2). Izalci comentou sobre as expectativas para a gestão do parlamentar e avaliou o resultado geral das eleições do Congresso Nacional, que deve eleger o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), como positivo para o PL.
“O Davi articulou muito bem. Tanto no governo quanto a oposição. O próprio presidente da República e até mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro entraram diretamente nas negociações. Nós passamos por uma experiência, na última legislatura, com o Rodrigo Pacheco, em que o Rogério Marinho foi candidato ao Senado e perdemos a eleição. E perdemos tudo: não tivemos comissão, nem mesa, nada”, disse Izalci Lucas aos jornalistas Carlos Alexandre e Ana Maria Campos.
Davi Alcolumbre foi eleito com 73 votos. Com esse resultado, ele será presidente do Senado pela segunda vez, pois já ocupou o cargo no biênio 2019-2020. Izalci destacou que a definição é positiva o PL, pois a vice-presidência da Casa será de um parlamentar de seu partido e a vice-presidência da Câmara também deverá ser ocupada pelo Partido Liberal.
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“Vamos ocupar as duas vices: Câmara e Senado. O vice de Alcolumbre é o Eduardo Gomes, do PL, e o Altineu Côrtes será nosso vice na Câmara. Vamos ocupar também a Comissão de Segurança Pública, que terá Flávio Bolsonaro como o titular. Na Comissão de Infraestrutura, temos o senador Marcos Rogério. E a senadora Damares Alves, do Republicanos, vai ficar na comissão direitos humanos, que tem uma posição antagônica ao que o governo defende”, destaca Izalci.
O cientista político Lúcio Rennó também foi convidado do CB.Poder. Ele apontou o protagonismo do Congresso nas decisões mais importantes do país.
“O Congresso de hoje marca a consolidação de uma crescente autonomia e independência do Legislativo em relação ao poder Executivo. O Congresso é senhor de si. Talvez, ele tenha se transformado no principal ator político do Brasil por conta de uma série de mudanças ocorridas. Um conjunto grande: medida provisória, orçamento, todas essas reduzindo o poder o Executivo e aumentando a autonomia do Poder Legislativo”, disse.
Para o especialista, o resultado na eleição deste sábado mostrou a força do Legislativo entre os Poderes. “O jogo interno no Congresso serão muito mais decisivos para as presidências do que as pressões externas. A locação de espaços de poder nessa presidência está mais equitativa entre as principais forças do que foi no passado. E isso vai depender do tema, do momento e da popularidade do presidente da República — que pesa nessa força entre Legislativo e Executivo”, completou Rennó.