dois anos do 8/1

'Sem anistia para golpistas': o apelo dos manifestantes no 8/1 de 2025

Reunidos na Praça dos Três Poderes, apoiadores do governo federal enfatizam a relevância de lembrar os ataques extremistas de 2023, para que nunca mais se repitam

Apoiadores do governo federal participaram, ontem, na Praça dos Três Poderes, da manifestação que lembrou os dois anos dos ataques extremistas do 8 de janeiro. Muitos vestiam camisetas com frases como "sem anistia para golpista" e "golpe nunca mais". Mesmo sob chuva, a maior parte do público ficou até o final.

O jornalista Miguel dos Anjos, de 68 anos, fez questão de participar do evento ao lado do marido, o enfermeiro Claudemir Vieira, 50, e de amigos. Comparando a democracia a uma eleição contínua, ele ressaltou a relevância de marcar presença. "Todo dia depositamos nosso voto nela para que, no final do dia, ela continue ganhando. É o caminho de tudo", afirmou.

Alguns ainda chegaram de longe para fazer parte do ato. Caso de Leandro de Lima Santos, 41, que veio de Goiânia, acompanhado da esposa, a professora universitária Monyele Camargo Graciano, 35, e da filha, Aurora Graciano, 1. O funcionário da Universidade Federal de Goiás (UFG) destacou a importância de relembrar os eventos de 8 de janeiro, a fim de prevenir episódios semelhantes. "Ficamos marcados de forma muito violenta após os atos golpistas de dois anos atrás", ressaltou.

Relembrando os acontecimentos daquele dia, Leandro descreveu a surpresa e o choque ao testemunhar a fragilidade da segurança na capital federal. "Não imaginávamos que, uma semana após a posse de um presidente eleito legitimamente, isso pudesse acontecer. Prova da necessidade de permanecermos vigilantes", declarou.

A professora de dança Edna Gomes, 61, não só prestigiou a cerimônia como também aproveitou para levar para casa uma lembrança especial: um dos vasos de flores que compunham a palavra "democracia" na Praça dos Três Poderes. Emocionada, ela enfatizou o valor do evento para lidar com as cicatrizes deixadas pelos ataques. "Foi uma violência tão absurda que nem conseguimos adjetivar. Estar aqui é como purificar a alma e rejuvenescer um lugar tão profundamente ferido", afirmou.

Para ela, eventos como o realizado ontem fazem com que a população se conscientize sobre a gravidade da tentativa de golpe de 2023. "Precisamos olhar atentamente o que aconteceu. A presença da gente aqui fortalece a ideia de que não vai se repetir, nunca mais, pelo bem do nosso país", disse.

Abraço à democracia

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, definiu o ato como um símbolo de resistência e reparação. "É um abraço à democracia, uma forma de desagravo à praça, palco daquela depredação. A ideia é mostrar que a democracia está vencendo e vamos consolidá-la", enfatizou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também participou do evento, que incluiu um desenho do mapa do Brasil formado pelos manifestantes. Após o discurso do chefe de Estado, acompanhado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e de ministros, os apoiadores foram convidados a levar as flores que formaram a palavra democracia. "Cuidem com carinho para que, ao retornarem aqui, no próximo ano, as tragam de volta", pediu a organização.

 


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