Dois anos do 8/1

8/1: Veneziano defende militares que recusaram golpe de Estado

O vice-presidente do Senado afirmou em ato simbólico do governo que não se pode "tratar igualmente os que são desiguais", mas pediu Justiça contra a tentativa golpista

O vice-presidente do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), defendeu nesta quarta-feira (8/1) que houve membros das Forças Armadas que se recusaram a participar da tentativa de golpe de Estado, e que eles devem ser tratados com justiça.

Representando o Senado em ato em memória dos dois anos dos ataques de 8 de janeiro, Veneziano citou o plano para matar autoridades revelado pela Polícia Federal, e disse que o Brasil não pode abrir mão da democracia.

“Ao contrário do que ouvimos, se faz justiça que, entre membros das Forças, houve aqueles que não se predispuseram a se subjugar à infâmia dos que tentavam e atentaram contra a vida do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. É necessário que se faça Justiça, porque não podemos tratar igualmente os que são desiguais”, discursou Veneziano.

O senador representou o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que está em viagem de férias ao exterior. A solenidade ocorre no Palácio do Planalto, e reúne representantes dos Três Poderes.

Veneziano também citou o período da ditadura militar, e lembrou que seu pai e seu avô, também parlamentares, foram removidas de seus mandatos após o golpe, que fechou o Congresso.

“Jamais haveremos de abrir mão, com todas as nossas forças, com todos os desafios que nos sejam cobrados, mas jamais deixaremos de ser vigilantes dela, a democracia brasileira, porque por ela nós lutamos”, frisou o senador. Destacou ainda que a defesa da democracia e o repúdio aos ataques de 8 de janeiro devem ser independentes de movimentos políticos.

“Isso aqui não é um ato de partidarização. Aqui nós devemos estar independentes do que defendemos, de quais conceitos e quais ideologias que podemos professar em todos os outros lugares”, pontuou.

Também participaram da solenidade o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Rosângela da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), representando a Câmara dos Deputados, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, bem como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, dentre outras autoridades. 

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